Thaisa é uma dos 24 componentes que vão ficar
Thaisa é uma dos 24 componentes que vão ficar "dentro da barriga" da mulher negra representada no abre-alasGabriela Mattos / Agência O Dia
Por GABRIELA MATTOS

Rio - A Acadêmicos do Salgueiro é a quarta escola a entrar na passarela do samba nesta segunda-feira. Este ano, a vermelha e branca vai falar sobre a força da mulher africana e traz o enredo "Senhoras do Ventre do Mundo”, desenvolvido pelo carnavalesco Alex de Souza.

Um dos destaques da agremiação é o carro abre-alas. "Vamos mostrar a reprodução, a vida, a energia. Algumas grávidas vão estar no carro também”, revela Thaisa Carla Lima, de 23 anos, que é uma das 24 componentes que vão ficar “dentro da barriga” da mulher negra representada na alegoria. A jovem também conta que ensaiou durante dois meses a coreografia que os integrantes vão apresentar no carro. 

A promotora Cecília da Costa, 33, vai sair na ala das passistas, que representa os primeiros deuses egípcios. Seus componentes fazem parte do projeto Samba no Pé, do coreógrafo Carlinhos do Salgueiro, e começaram os ensaios em junho.

A promotora Cecília da Costa, 33 anos, está na ala dos passistas no Salgueiro - Gabriela Mattos / Agência O Dia

Cecília, que é passista há sete anos, elogia o enredo do Salgueiro. “É um enredo que exalta e dá força para a mulher negra. É um momento em que o padrão estético é quebrado", afirma.

A bailarina Viviane Gomes, 25, vai desfilar na comissão de frente pelo quarto ano. Ela explica que o grupo vai representar o nascimento das mulheres do ventre livre. “É um tema que enriquece e enobrece a mulher negra”, enfatiza. 

A veterana Ana Casado, de 56 anos, sai na ala das baianas e também exalta o tema escolhido pela agremiação. "É um enredo super pertinente. Mais atual impossível, ainda mais nesse momento de retrocesso que estamos vivendo. A mulher veio pra incomodar e ocupar espaço na sociedade", analisa.

A escola da Tijuca não ganha o título há quase 10 anos, mas seus integrantes estão confiantes. "O Salgueiro vai vir para brigar pelo campeonato", diz o administrador Rodrigo Correa, de 36 anos, que desfila na bateria. Este ano, os ritmistas estão vestidos de guerreiros egípcios.

Ana Casado: 'A mulher veio pra incomodar e ocupar espaço na sociedade' - Gabriela Mattos / Agência O Dia

 

 

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