Flávia Lopes é passista da Mocidade Independente de Padre Miguel - Divulgação
Flávia Lopes é passista da Mocidade Independente de Padre MiguelDivulgação
Por O Dia

Rio - A destreza com a vassoura é reconhecida pelos colegas da Comlurb e por alunos da Escola Municipal Jorge Jabour, em Bangu, onde ela bate o ponto todos os dias, ajudando na limpeza das salas de aula e na varredura do pátio. A faceta menos visível e ainda desconhecida de Flávia Lopes vem à tona quando ela troca o uniforme de gari pelo figurino de passista da Mocidade Independente de Padre Miguel, função que exerce desde os 18 anos e na qual encerrou o desfile no domingo de Carnaval.

Com 31 anos de idade e oito de Comlurb, Flávia mora em Realengo e este ano ficou em segundo lugar na disputa para a escolha de musa da Mocidade. Como a decepção vem sempre precedida de uma grande alegria, ela comemorou, oito anos atrás, a conquista do posto de rainha do Cordão da Bola Preta, tradicionalíssimo bloco carnavalesco.

A vida da gari-passista, entretanto, não é só trabalho e quadra de escola de samba. Em seus momentos introspectivos, devora livros, principalmente romances e policiais. Seu atual livro de cabeceira trata de invenções, e sua referência literária é Dom Casmurro, clássico de Machado de Assis. Flávia, que acaba de passar no curso de Técnico de Limpeza e Serviços Urbanos, prepara-se agora para um novo desafio, desta vez na vida pessoal. O casamento, garante, sai ainda este ano, e ser mãe é o sonho que acalenta: "Tenho instinto maternal", garante, convicta.

 
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