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Por Roberto MuylaertEditor e jornalista

Yuval Noah Harari é um professor israelense de História, autor do best-seller internacional 'Sapiens: uma breve história da humanidade', que todo mundo leu nas férias.

Ele tem 42 anos, mas costuma arrebatar as plateias onde faz pronunciamentos, pela originalidade e impacto de suas ideias. Assim foi em Davos, no Fórum Mundial da cidade suíça, em janeiro.

Ali, ele afirmou que o futuro da humanidade por meio da evolução natural das espécies pode ser substituído por uma forma de dominação de corpo, cérebro e mente, levando a uma evolução artificial e controlada da nossa espécie.

As principais ideias que ele defendeu em Davos: talvez sejamos das últimas gerações do Homo sapiens tal como o conhecemos; e, em um ou dois séculos, a Terra vai ser dominada por entidades mais diferentes de nós do que aquilo que nos diferencia dos chimpanzés. Isso porque vamos aprender a dominar corpo, cérebro e mente, num algoritmo biométrico que sabe bem mais do que nós a nosso próprio respeito.

A partir daí, o futuro será decidido por quem tem mais dados (data, em inglês) e capacidade de computação. Dados serão o maior patrimônio da humanidade.

No passado, o que tinha mais valor para os homens era a terra, que dividia os seres humanos em aristocratas e comuns. No século 20, foram as máquinas que constituíram o patrimônio mais importante, dividindo os homens em capitalistas e proletários.

Na era dos dados, a humanidade não será dividida em classes, mas em espécies. Daí a importância de saber quem dominará os dados. Ainda não temos capacidade operacional e dados suficientes para 'hackear' a humanidade. Mas o binômio dados biométricos, mais algoritmos, será o futuro.

Ninguém vai conseguir se esconder da Amazon ou do Ali Baba chinês. O que vai surgir é a ditadura do meio digital. Portanto, é melhor que isso ocorra numa democracia, com os dados distribuídos entre todos. E a evolução da espécie será por meio de inteligência artificial capaz de definir o design do novo homem.

Ao contrário dos outros fatores dominantes do passado, que estavam em locais bem definidos, os dados estão em todo lugar e em nenhum lugar.

Os homens terão de lidar com a ditadura digital, um problema social e político a enfrentar.

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