João Baptista Ferreira de Mello, coordenador dos Roteiros Geográficos do Rio da Uerj e colunista do DIA - Divulgação
João Baptista Ferreira de Mello, coordenador dos Roteiros Geográficos do Rio da Uerj e colunista do DIADivulgação
Por João Baptista F. de Mello Coordenador dos Roteiros Geográficos do Rio da Uerj

Rio - O título acima repete trecho-fragmento do show 'É a Maior' com Marlene dirigida por Hermínio Bello de Carvalho e Fauzi Arap, espetáculo este em cartaz no país em 1969/70, gravado em LP e remasterizado em CD pela Som Livre.

Marlene foi eleita Rainha do Rádio a 10 de fevereiro de 1949. Sua voz ecoou nas ruas e nas emissoras de rádio e TV, bem como em teatros, ginásios e estádios divulgando o cancioneiro carnavalesco. Trata-se de uma campeã dos carnavais, cuja carreira somou legendas como Rainha do Samba ou Aquela que Canta e Samba Diferente, nos passos de seu professor João da Baiana, da Pedra do Sal, ou 'A Incomparável', título de sua biografia, escrita por Diana Aragão.

Consideremos 69 fevereiros depois de ser coroada, sob as luzes dos refletores, aplausos, batuques, requebros e a chancela da folia, a Soberana dos Auditórios, merecendo, mais uma vez, todas as honras e homenagens.

'A Maior', primeira mulher a puxar samba na Avenida, justamente da campeã Império Serrano com 'Alô, Alô, Taí Carmen Miranda', 1972, volta às ruas do Rio, mais exatamente, à Passarela, onde personificou a figura central 'Sinhá Olímpia Deu a Louca no Barroco' da Mangueira de 1990. Abramos alas, pois, para o desfile do Acesso, da Porto da Pedra, com 'Rainhas do Rádio Nas Ondas da Emoção, o Tigre Coroa as Divas da canção'.

O Carnaval, ao longo do tempo, contou com diversos elementos, músicos, batucadas, cadências e ressonâncias para os seus sambas, marchinhas e ranchos desde a pioneira Chiquinha Gonzaga com a eterna 'O, Abre Alas', que fez os cariocas se esbaldarem "nas ruas do Rio", inauguralmente, em 1899, mas somente gravada nos idos de 1913. Mais a seguir, o combustível da alegria foi, persistentemente, registrado pelo cantores integrantes da galeria de benquerência popular e as Rainhas do Rádio.

Nas últimas décadas, positivamente, vivemos uma "Ressurreição dos Velhos Carnavais", recorrendo e repetindo o nome de uma obra-prima do gênio Lamartine Babo, um dos campeões dos velhos carnavais. Com efeito, todos somos "um Carnaval no meio da rua", seja desfilando ou torcendo pelas escolas de samba ou seguindo bandas, cordões ou blocos que arrastam milhares ou milhões de foliões, repercutindo antigas e eternas canções carnavalescas ou criando outras de âmbito interno em sintonia com vibrantes ajuntamentos populares componentes de uma outra face do Carnaval carioca, o "maior espetáculo da Terra"

João Baptista F. de Mello é coordenador dos Roteiros Geográficos do Rio da Uerj

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