Alexandre Pizotti
Doutorando em Geografia pela Uerj e professor - Divulgação
Alexandre Pizotti Doutorando em Geografia pela Uerj e professorDivulgação
Por Alexandre Pizotti Doutorando em Geografia pela Uerj e professor

Rio - O Carnaval chegou. Foliões fazem seus últimos ajustes em suas fantasias. Instrumentos são afinados. Turistas de todo o país e estrangeiros aportam no lugar/lar carioca por terra, céu e mar para aderir e participar desta grande festa, considerada a maior do mundo segundo o 'Guinness Book, o Livro dos Recordes'.

Entre as atrações máximas deste grande evento está o desfile das escolas de samba do Grupo Especial na Passarela do Samba, durante as noites de domingo e segunda-feira. Falemos então, brevemente, de uma das mais antigas agremiações carnavalescas da folia do rio: a G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira. Parte da alma da cidade e um de seus principais símbolos, o Morro de Mangueira, na Zona Norte, é há muitos anos um lugar de enorme estima e reverência. Suas encostas, becos e ruelas, como o Buraco Quente, ponto de grande efervescência cultural, foram testemunhas do surgimento ou amadurecimento de grandes compositores e intérpretes como Carlos Cachaça, Nelson Sargento, Jamelão, Helio Turco, Nelson Cavaquinho e claro, o poeta supremo, Cartola.

Morador por quase toda a sua vida no morro, Angenor de Oliveira, o Cartola, tem rica trajetória que se mistura com a própria história mangueirense. Um dos fundadores da Verde e Rosa, em 1928, Cartola esteve à frente de desfiles memoráveis da agremiação, que se sagraria campeã diversas vezes. Na cadência do samba emanado da colina de seus compositores e no ritmo de seus desfilantes, esta modalidade rítmica e sua agremiação carnavalesca proporcionaram para a comunidade, nos últimos anos, notoriedade no imaginário carioca, nacional e internacional, não deixando que outras mazelas sociais, comuns a muitas comunidades na cidade, diminuíssem o brilho e a importância cultural para o país do Morro da Mangueira.

Além disso, a cada Carnaval, o pulsar de seus sambas e o colorido de seus desfiles arrebatam e mergulham toda gente em um mundo cujos contornos e a "beleza de que lhes falo sai", com a licença dos poetas e compositores Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho, em comunhão com os corações de seus sambistas, dos corações e alma de seus passistas, ritmistas, admiradores, simpatizantes e,principalmente, dos moradores do Morro da Mangueira. No ritmo do samba e em matizes verde e rosa estou falando de um lugar central na magia e na geografia carioca.

Alexandre Pizotti é doutorando em Geografia pela Uerj e professor

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