Em São João Marcos existiam as igrejas do Rosário e da Matriz (foto), onde ainda resiste o pórtico principal, as torres laterais e o cruzeiro frontal - Divulgação/André Telles
Em São João Marcos existiam as igrejas do Rosário e da Matriz (foto), onde ainda resiste o pórtico principal, as torres laterais e o cruzeiro frontalDivulgação/André Telles
Por LUIZ ALMEIDA

Rio - Era o início da década de 1940 quando a cidade de São João Marcos, uma das joias do ciclo do café do Estado do Rio, foi inundada para concretizar o processo de expansão do complexo de Ribeirão das Lajes. O objetivo era garantir o abastecimento de água do então Distrito Federal o município do Rio de Janeiro. Esquecida por mais de 60 anos, a antiga localidade ficou preservada apenas na memória de antigos moradores.

Mas eis que, em 2011, as ruínas históricas passam, enfim, a ser reveladas. É quando é inaugurado o Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos, que atualmente pertence ao município de Rio Claro. Fruto de um programa idealizado pela Ligth e com gestão operacional pelo Instituto Cidade Viva, o local tem área total de 930 mil metros quadrados e abriga várias relíquias históricas.

Entre os atrativos, algumas das ruínas do centro de São João Marcos, como a Igreja da Matriz e o casarão do capitão-mor. Também é possível ver calçadas e ruas de pedras preservadas. Já no Centro de Memória, uma maquete da cidade em 1940 e exposição permanente com fotografias e objetos de época lampiões, ferro de passar roupa, taças, chaves e manteigueira, entre outros.

Parque a céu aberto

De acordo com Luís Felipe Younes do Amaral, do Instituto Light, o parque tem também um mirante para observação de pássaros nativos e um quiosque onde são especialmente preparados alguns dos quitutes da culinária típica de São João Marcos. "É um museu a céu aberto, que propõe um resgate de toda aquela região que foi um importante pedaço da nossa história", sintetiza Younes do Amaral.

Uma das cidades mais importantes do Estado do Rio durante o Ciclo do Café, São João Marcos chegou a ter mais de 20 mil habitantes e abrigou prósperas fazendas, como a da Olaria, de propriedade do Comendador Joaquim José Breves, o maior cafeicultor do Brasil. "A cidade teve papel muito importante no Império e servia de ligação entre os estados do Rio e de São Paulo", conta Younes do Amaral, do Instituto Light.

Tombamento

São João Marcos foi a primeira cidade tombada pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), em 1939. Acontece que, em seguida, foi destombada pelo ex-presidente Getúlio Vargas. O motivo era a expansão da represa de Ribeirão das Lajes para fornecer água à capital do Brasil, o Rio de Janeiro, então Distrito Federal. Na época, os cerca de 4,5 mil habitantes tiveram de abandonar o município e guardar na lembrança toda sorte de memórias.

O parque

Endereço: Estrada RJ-149 (Rio Claro-Mangaratiba) Km 20 - Rio Claro/RJ

Visitação: de quarta a sexta, das 10h às 16h - sábados e domingos, das 9h às 17h.

Ingresso: Gratuito

Agendamento de visitas (grupos escolares): (21) 2233-3690

 

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