Por lucas.cardoso

Rio - Os italianos não ficaram parados por muito tempo. Ou ficaram? O fato é que depois de uma seca de quase dois anos a marca resgata suas vocações em motores e suspensões para se reafirmar no mercado, hoje magrinho e ponteado pela Chevrolet. A Fiat apresentou seu 1.0 três cilindros, eficiente e urbano encapsulado no Uno. Ficou um carrão.

A FCA, que reúne a Fiat e a Chrysler, agora vem com tudo em direção ao topo e com o lançamento do Jeep Compass flex promete roubar muita gente boa que até agora só passeia em importados. Este carro chega em dez dias com o novo propulsor, derivado do Tigershark 2.4, com comando Multiair e apto a consumir etanol. Ele entrega torque abundante desde as rotações mais baixas, demanda básica para o uso urbano com economia. Só que no Compass, por razões fiscais, o motor terá litragem 2.0, a velha litragem legal que emburrece a relação com a técnica. Neste motor, o comando de válvulas será duplo variável. O Tigershark vai aparecer com toda a sua fúria em 2.4 litros e 188 cv, nas novas versões da Toro 2017, a ser apresentada no Salão de São Paulo. A Toro paga somente 9% de alíquota e o novo motor vai aposentar as versões mais caras do manso 1.8 flex.

Jeep CompassDivulgação

As diesel nadam de braçadas. Tecnicamente são excelentes, mas caras, chegam a R$ 150 mil no Compass Trailhawk, então podemos esperar preços mais palatáveis no Flex, algo em torno dos R$ 100 mil. E com torque e potência de sobra. Belo custo benefício em relação ao mercado de SUVs médios.

PSA: Peugeot e Citroen

Em entrevista exclusiva durante o Salão de Paris, Carlos Gomes, o presidente do grupo PSA reiterou a confiança no Brasil, onde a marca teve crescimento superior a zero em mercado que caiu 23%. Para Gomes, o novíssimo line up de produtos, pós-vendas e tecnologia têm mantido a estabilidade da PSA no Brasil e o crescimento na América Latina.

O esforço na renovação da rede concessionária tem tido resultados e das 105 lojas, a PSA promEte chegar às 120 em poucos meses. Segundo o executivo, há mudanças em curso no modelo de negócios, que apontam rentabilidade. Sobre novos carros, Gomes acredIta que não seja o melhor momento para lançar. Gomes considera o cliente brasileiro conservador em alguns segmentos, como o dos sedãs, por exemplo, mas é 'descolado' em outros como os dos SUVs.

Para conquistar este cliente, Gomes destaca o trabalho de posicionamento e as novidades que vão chegar a 16 carros até 2021. "Mas temos que seguir com calma, por que, acelerar agora geraria alta demanda por investimentos". No foco está ainda obsessiva qualidade dos serviços.

Sobre a midia, Gomes disse que a marca deve diversificar. "Eu não acredito em midia única", mas temos que apostar em todos os canais com custo/benefício. O executivo foi cauteloso quando falou das novas carrocerias do 2008 e C3, apresentadas em Paris. As atuais versões no Brasil são recentes, elas serão mantidas, com novas tecnologias de conectividade e motores como o premiado 1.2. Sobre o cenário, Carlos Gomes espera crescimento gradual a partir de 2017, mas recuperação só em dez anos

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