Os óleos minerais, semissintéticos e sintéticos, que é o tipo mais usado hoje, podem ter prazos diferentes de reparo por conta de suas características
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Os óleos minerais, semissintéticos e sintéticos, que é o tipo mais usado hoje, podem ter prazos diferentes de reparo por conta de suas características reprodução
Por Lucas Cardoso

Rio - Os problemas no motor costumam pegar o motorista de surpresa. Até mesmo em carros novos. Por isso, o proprietário deve estar atento a alguns fatores que podem indicar falhas na operação do sistema. Segundo o gerente técnico de lubrificantes da Shell, Cezar Cerbam, os motores têm tempo de vida útil definido por quilômetros rodados. A partir de 250 mil km, os danos podem aparecer. Mas, graças aos avanços tecnológicos dos cilindros, brunimento, camisas e pistões, os motores estão mais eficientes. E, se utilizados da maneira correta, podem durar bem mais do que o estipulado pela quilometragem. "Desde que a manutenção preventiva esteja em dia, os motores podem durar muito mais, até 400 mil km", diz Cezar.

Mesmo com o aumento das vendas de carros em 2017, a idade média da frota nacional de automóveis em 2016 era de nove anos e quatro meses, segundo levantamento do Sindipeças. Entretanto, para o especialista, o tempo de vida útil dos motores, principal peça do veículo, depende mais da utilização e do cuidado do proprietário do que da quilometragem rodada. Segundo Cerbam, para evitar problemas a primeira dica é seguir as indicações do fabricante para as trocas de óleo. "Se o condutor cumprir todo o planejamento de trocas de óleo, o motor funcionará melhor e não apresentará problemas no futuro", diz o especialista.

Além disso, ele alerta para a condição de direção. "Se o carro é usado em centros urbanos, como o Rio, é normal que ele tenha vida útil reduzida devido ao movimento de 'anda e para' e trabalho excessivo em altas temperaturas. Por outro lado, se o motorista roda muito em estrada, a expectativa de vida cresce, pois o carro trabalhará com o giro mais baixo. O esforço do motor é bem menor para quem faz trechos longos", explica Cerbam.

O especialista afirma que o conserto do propulsor é feito normalmente quando o veículo está com a quilometragem elevada e começa a apresentar os indícios de mau funcionamento, como queda na potência e ruídos anormais, fumaça branca no escapamento, marcha lenta irregular, vazamento ou alto gasto de óleo lubrificante. Esses problemas podem indicar que o motor do carro está com vida útil comprometida e é necessário procurar uma oficina mecânica.

Alguns cuidados que podem evitar gastos desnecessários e prejuízos no bolso dos proprietários de automóveis, entre eles, a atenção no momento do abastecimento e a não utilização de aditivos suplementares. "O combustível adulterado com algum tipo de solvente ou água pode afetar o sistema de injeção do motor. Já o óleo, é como uma receita de bolo: se mexer em alguma coisa, ele não vai sair como o esperado", destaca Cezar Cerbam.

Em média, o conserto do motor de um carro popular pode custar por volta de R$ 4 mil. Mas o valor real do serviço só poderá ser avaliado por um mecânico especializado. Por isso, o ideal é que o proprietário fique atento a esses sinais e faça as manutenções preventivas.

O especialista explica que refazer o motor é indicado quando o valor do reparo não ultrapassa o preço de um bloco novo. Mas o procedimento não deve ser feito mais de duas vezes, pois o diâmetro dos cilindros ficaria fora dos padrões com as seguidas intervenções. Caso a medida seja necessária, há duas opções: encamisar o cilindro ou trocar o bloco do motor. Porém, essas soluções são caras e demandam mão de obra especializada.

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