Educação no trânsito se tornou importante para a segurança de ciclistas nas cidades, já que eles passaram a dividir espaço com motoristas na rua - foto divulgação
Educação no trânsito se tornou importante para a segurança de ciclistas nas cidades, já que eles passaram a dividir espaço com motoristas na ruafoto divulgação
Por Lucas Cardoso

Rio - Precisamos falar sobre conscientização e segurança na direção. Com o lema 'Nós somos o trânsito', a campanha Maio Amarelo tem por objetivo reduzir o número de vítimas fatais e feridos em acidentes pelo mundo. Segundo estimativa feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS), há 1,25 milhão de vítimas do trânsito por ano, o que representa 57 mortes por minuto. No Brasil, de janeiro a abril, cerca de 12.500 pessoas morreram e 82 mil se encontram em estado de invalidez permanente por conta desse tipo de ocorrência, segundo levantamento da Seguradora Líder-DPVAT.

Das indenizações pagas pela seguradora em caso de morte, 56% delas foram para as famílias de motoristas e 27% para as famílias de pedestres. "A imprudência é muito flagrante. As pessoas só respeitam os locais onde há fiscalização eletrônica", comenta o superintendente de sinistros da Seguradora Líder, Arthur Froes.

Segundo Fernando Diniz, presidente da ONG Trânsito Amigo, a situação do Brasil é inaceitável. "Nós gastamos anualmente mais de R$ 55 bilhões por causa de acidentes de trânsito e não investimos sequer 1% disso para melhorar as condições da nossa malha viária e em outras ações importantes para o desenvolvimento da educação no trânsito. É uma conta que não fecha, e nós, motoristas, sempre saímos perdendo", afirma.

Em 2011, o Brasil aderiu ao programa das Nações Unidas chamado 'Década de Ação pela Segurança no Trânsito', um pacto global que projetava redução em 50% do número de vítimas no trânsito até 2020. De lá pra cá, o Brasil conseguiu diminuir o número de mortes em acidentes automobilísticos, mas o número de feridos cresceu de 2011 a 2016. "Algumas mudanças só acontecem quando doem no bolso. Em outros momentos, não era obrigatória a utilização do cinto de segurança, mas como a 'canetada' pesava no bolso, usar o equipamento de segurança virou hábito. Hoje, isso também acontece com as ações da Lei Seca", diz Diniz.

Para Sérgio Santos, diretor do centro de treinamento para habilitados Dirigindo Bem, a importância da campanha está em alertar a população sobre a situação caótica do trânsito brasileiro. "Os motoristas devem mudar na prática o comportamento ao conduzir um veículo", comenta.

De acordo com Sérgio, algumas ações básicas podem prevenir situações de risco, tais como: usar o cinto de segurança; manter as crianças nas cadeirinhas testadas e aprovadas pelo Inmetro; respeitar os limites de velocidade; e manter a atenção, mesmo se o trajeto for conhecido. "Devemos ser corteses com outros motoristas, evitando o comportamento agressivo. Além disso, devemos dar aos pedestres o direito de passagem. O bom condutor sempre se certifica de que a manutenção preventiva de rotina no veículo está em dia, afinal as avarias podem ser perigosas e dispendiosas", comenta Sérgio Santos.

"Quando você está no controle de um veículo, você deve evitar distrações. Você pode se surpreender ao saber que isso não inclui apenas o celular ou alguma tecnologia do carro, mas também coisas simples, como comer, beber e até mesmo discutir com os passageiros", explica o diretor da Dirigindo Bem.

Segundo Arthur Froes, atualmente, o consumo de álcool, a utilização do celular, a imperícia e a falta de manutenção são os maiores vilões e colaboram para elevar essas estatísticas nefastas no país. "Boa parte dos acidentes de trânsito provêm de falhas cometidas pelo próprio condutor", explica Froes. Por isso, a importância da campanha Maio Amarelo este mês.

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