As velas de ignição devem ser checadas a cada 20 mil quilômetros - reprodução
As velas de ignição devem ser checadas a cada 20 mil quilômetrosreprodução
Por Lucas Cardoso

Rio - O número de carros em circulação nas grandes metrópoles está em crescimento contínuo. Somente no Rio de Janeiro, são 2,7 milhões de veículos, que provocam lentidão e congestionamentos diários. O longo tempo no trânsito representa um problema para a manutenção dos veículos, especialmente para componentes que sofrem desgastes além dos quilômetros rodados, como as velas de ignição. O alerta é da NGK, marca especialista em sistema de ignição.

"Isso acontece, pois, mesmo com o carro parado no congestionamento, o motor continua funcionando em condições que não são adequadas, como baixa rotação e alta temperatura na câmara de combustão, o que expõe as velas de ignição a condições mais severas de uso", ressalta Hiromori Mori, consultor de Assistência Técnica da NGK.

Consumo de combustível

De acordo com o gerente de Pós-Venda da BarraFor, Wander Bandeira, velas de ignição com defeito podem causar dificuldades na partida do veículo, elevar consumo de combustível, provocar irregularidades no funcionamento, perda de potência e aumento dos níveis de emissões de poluentes. "A vela deve ser trocada, em média, a cada 40 mil quilômetros. Para checá-la, o proprietário deve levar o carro para medir a tensão nos cabos do transformador de ignição. Se ela não estiver nos parâmetros, deve ser feito o reparo", explica.

Conforme o especialista da NGK, motoristas que encaram congestionamentos com frequência não devem só levar em consideração a quilometragem percorrida como referência para a revisão do componente. "As próprias montadoras recomendam que, nesses casos, o plano de manutenção indicado pelo fabricante seja antecipado pela metade. Se o manual do proprietário orienta a inspeção das velas a cada 20.000 quilômetros, as mesmas devem ser analisadas por um especialista após 10.000 quilômetros", orienta Mori.

Sinais tardios

Itens de desgaste natural, as velas de ignição nem sempre tem seu funcionamento irregular percebido pelo motorista. Daí a importância da revisão periódica.

"Os motores atuais estão cada vez mais tecnológicos e preparados para trabalhar em condições adversas, especialmente quando há início de falha. Quando o dono do carro percebe que há algo errado, é sinal de que o problema já ocorre há algum tempo", afirma o especialista da NGK.

Redução de custos

Além de evitar danos, a manutenção preventiva do automóvel faz bem para o bolso, pois velas com desgaste excessivo podem reduzir a vida útil de outros componentes do carro, como cabos, bobinas e catalisadores. O custo do reparo acaba saindo muito mais alto do que se fossem adotados cuidados preventivos.

Sistema 'start-stop': o bom amigo do motor
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Desde que chegou aqui no Brasil com o Fiat Uno, o sistema 'start-stop' vem se tornando popular. Essa tecnologia, que desliga o motor do veículo quando ele está parado em congestionamentos, traz como principais vantagens a economia de combustível, que, segundo estudos, pode variar de 5 a 20%. Além disso, ela permite redução no nível de emissões de gás carbônico e menor desgaste de componentes do motor, como o sistema de ignição.
Segundo Diego Riquero Tournier, chefe do Centro de Treinamento Automotivo da Bosch, o sistema 'start-stop' é o melhor amigo do motor, pois reduz suas horas de trabalho. "Há uma série de itens que não sofrem desgaste devido ao tempo menor de funcionamento, como o próprio motor", diz o especialista.
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Sem restrições
Diego Tournier ainda explica que em uma partida normal sem o sistema 'start-stop' demora nove décimos de segundo. Já com o mecanismo, a ignição acontece em três décimos de segundos. Para Ricardo Dilser, assessor técnico da FCA na América do Sul, o sistema não traz nenhum tipo de prejuízo ao veículo. "O proprietário só tem a ganhar com a tecnologia", diz.
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