Espaço não é o problema no Kwid. No interior do carro, boa central multimídia  - Lucas Cardoso
Espaço não é o problema no Kwid. No interior do carro, boa central multimídia Lucas Cardoso
Por Lucas Cardoso

Rio - O Renault Kwid chegou para movimentar o segmento dos subcompactos. Com preços a partir de R$ 32.490 na versão Life, o modelo de proposta urbana e design robusto vem crescendo em vendas. Segundo dados do Renavam (Registro Nacional de Veículo), foram comercializadas 6.616 unidades no mês de abril. O resultado já garante ao pequenino o posto de 5º carro zero quilômetro mais emplacado do país. Completam a lista de configurações a Zen, por R$ 37 mil, e a mais cara Intense, custando R$ 41 mil.

Lançado em agosto do ano passado, o modelo equipado com motor 1.0 SCe atingiu o segundo lugar em vendas em outubro. A queda nos meses seguintes só aconteceu por conta de dois fatores: a demora na entrega dos carros; e os três chamados para recall em menos de quatro meses. Para avaliar o motivo de tanta popularidade, o DIA testou a versão topo do modelo, a Intense, durante sete dias.

Bom acabamento

Alto e de aspecto parrudo, o Kwid agrega boa qualidade de acabamento. Peças têm bons encaixes e não há parafusos à mostra. Apesar de ser todo em plástico rígido, seu painel tem bom visual e, na versão testada, agrega detalhes em black piano e marfim. Os retoques são de bom gosto. Combinam com o revestimento dos bancos inteiriços, que têm áreas com tecido que simula o couro em tom claro. Há apliques em plástico com a mesma cor nas portas. O volante leva essa identidade da versão Intense.

Da lista de alterações feitas para baratear o preço do subcompacto, as mais gritantes foram: adoção de apenas um limpador de para-brisa, rodas com três parafusos e trio elétrico no painel. Perde de um lado, mas ganha do outro. De entrada, o modelo já conta com quatro airbags: dois dianteiros e dois laterais, posicionados na lateral dos bancos. Há ainda ancoramento isofix para cadeirinhas infantis na fileira traseira e apoio de cabeça para todos. Ainda no interior, há central multimídia de sete polegadas sensível ao toque com conexão bluetooth e navegação GPS própria.

Espaço não é o problema do Kwid. Há bastante para quatro adultos viajarem com conforto razoável. Para amenizar o sufoco de quem vai no meio, o túnel central é baixo e não incomoda os pés. As medidas de entre-eixos e porta-malas do modelo estão entre as maiores do segmento: 2,42 metros e 290 litros, respectivamente. A altura em relação ao solo também é destaque (18 cm).

Nas ruas

Durante os quase 300 km rodados a bordo do 'SUV dos utilitários', o motor 1.0 12 V com bloco de alumínio de três cilindros rendeu bem. Os 66 cv de potência e 9,8 kg de torque gerados pelo propulsor enganam em números, mas trabalham bem na hora de carregar o Kwid, que pesa, apenas, 786 kg. Ultrapassagens e retomadas são realizadas sem dificuldades. Algumas situações em baixas rotações, no entanto, forçaram a redução de marchas. Resultado da falta do comando variável de válvulas.

As relações da marcha são bem ajustadas, mas os engates curtos do câmbio manual de cinco marchas passam uma sensação estranha de aspereza e parecem sugerir a troca imprecisa de posições. Além disso, pesa contra o compacto a vibração transmitida para o carro e o baixo isolamento acústico. Por ser um carro de baixo custo, tais pontos eram esperados. A suspensão rígida não filtra bem as imperfeições do solo e colabora para a elevação do ruído no interior do veículo. 

Consumo

Nota A no quesito consumo do Inmetro, o modelo se redimi quando chega a hora de abastecer. Apesar de ser 1.0, sua relação peso potência garantiu ao modelo um consumo médio de 16 km/h na cidade (gasolina). O Kwid é tão urbano que, em alguns momentos, seu consumo em tempo real indicava uma média de 20 km/l. O indicador de troca de marchas e a barra do painel que mostra o nível de condução axiliam.

Além disso, a central multimídia conta com um sistema que avalia o consumo e dá notas para o tipo de condução do motorista. Quando a condução é mais contida e progressiva, a nota é cinco. Sendo assim, acelerações mais vigorosas interferem na conta.

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