Rio - Com o aumento do valor do combustível e a greve dos caminhoneiros que ameaça o abastecimento nos postos, reduzir o consumo é a melhor forma de se precaver. O presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, afirma que boas práticas de direção e manutenção do carro podem reduzir em até 35% o gasto. "Um motor mal regulado, fruto da falta de revisões, pode consumir mais", comenta.
De acordo com a Petrobras, o preço dos combustíveis é composto por três variáveis principais: o valor cobrado nas refinarias; impostos estaduais e federais; e a margem de comercialização dos distribuidores e dos revendedores. No Rio, o gasto é maior, já que a incidência de ICMS (34%) é superior à de todos os estados. Em São Paulo, é 17%. Por isso, nada melhor do que economizar. Devido à crise, alguns postos chegaram ao ponto, inclusive, de vender o litro da gasolina com 100% de ágio (R$ 10).
Atenção a itens
O presidente da Abefin alerta para o fato de que todos os itens do carro merecem igual atenção por parte dos motoristas. "Um dos componentes ignorados pelos proprietários é o pneu. Quando estão calibrados conforme orienta o fabricante, há uma diminuição na resistência de rolagem. Isso, por sua vez, eleva a eficiência do carro e faz com que o consumo seja reduzido. Isso sem contar o desgaste dos pneus, que são caros", explica.
João Furlan, sócio-fundador da ChipsAway, rede de franquias de oficina express, indica que os motoristas aproveitem o clima mais ameno desta época do ano para reduzir o consumo. "Já que os dias mais quentes já foram embora, desligue o ar-condicionado. Embora seja uma grande tentação, o aparelho pode influenciar, de forma direta, no consumo de combustível. Um hábito que ajuda a refrescar o espaço no carro é estacioná-lo em locais com sombra, para evitar o aquecimento interno", sugere.
Comportamento
Além disso, quanto mais o motorista variar a velocidade num determinado período ou seja, sem manter uma aceleração constante, maior será o gasto de combustível. É o que mostra um levantamento feito pela Cobli (startup do segmento de rastreamento, telemetria e gestão de frotas), que analisou dados compilados de cerca de 340 mil quilômetros rodados por veículos leves e pesados.
Ainda segundo a pesquisa, esse comportamento gera, em média, um consumo de combustível 40% maior nos veículos pesados, podendo chegar a 75% em casos extremos. Já nos veículos leves, o consumo a mais pode ser de 30% a 50% em média.
"Imagine, por exemplo, um comportamento totalmente diferente do piloto automático, que mantém o veículo a uma velocidade constante sem necessidade de intervenção do condutor do carro. Na prática, motoristas que aceleram e desaceleram com mais frequência têm o pior consumo de combustível", explica Rodrigo Mourad, sócio da empresa.