Concessionárias e lojas que trabalham com seminovos costumam ter sistemas de checagem independente para identificar fraudes - Daniel Castelo Branco
Concessionárias e lojas que trabalham com seminovos costumam ter sistemas de checagem independente para identificar fraudesDaniel Castelo Branco
Por Lucas Cardoso

Rio - Entre setembro e outubro deste ano, a venda de usados teve alta de 11,2%, segundo balanço da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto). Em meio a esse crescimento, também aumenta a preocupação com os cuidados que devem ser adotados para a aquisição de um veículo desse tipo. E, dessa forma, blindar o consumidor para que ele possa fazer a melhor compra possível.

Especialistas alertam para a importância de redobrar a atenção em compras com valores abaixo do cobrado pelo mercado e com vantagens mirabolantes oferecidas por vendedores. Principalmente, quando se trata de negociação entre particulares. Nesses casos, uma das principais dicas é evitar qualquer antecipação de pagamento. Mas não é apenas na parte da negociação que existem fraudes.

Para Roberto Bottura, um dos golpes mais comuns praticados na venda de seminovos e usados é a adulteração da quilometragem no hodômetro. "Aparentemente os carros mais conservados são aqueles que rodaram pouco e não desgastaram suas peças. Contudo, não é incomum alguns comerciantes adulterarem o número de quilômetros rodados para enganarem os compradores e venderem um carro já bem rodado como se fosse seminovo", alerta Roberto Bottura, CEO da Checkprice. 

De acordo com o especialista, uma maneira de confirmar a coerência entre o dado e a real situação do carro é analisando a condição de partes específicas, como estado do pedal, do revestimento do volante, dos pneus e até da manopla de câmbio. 

Maurício Feldman, sócio-fundador da Volanty, plataforma que conecta vendedores e compradores de seminovos na web, alerta para outro ponto que pode ser camuflado para ludibriar o comprador. Trata-se da lataria do carro. "É comum que algumas colisões possam comprometer a lataria dos automóveis. Por isso, muitas vezes, alguns vendedores tentam disfarçar as marcas da batida para que não haja desvalorização do automóvel", explica. 

Para detectar esse tipo de problema, segundo Feldman, é necessário prestar atenção em possíveis diferenças de tonalidade na lataria. "Com cores cada vez mais exclusivas, alguns serviços podem ser feitos com opções similares a original".

Checando antecedentes

Na hora de comprar um seminovo, é importante verificar a documentação e os antecedentes do veículo para garantir a legalidade da transação. Alguns veículos podem estar em situação irregular por roubo, financiamentos que não foram pagos e outras situações que tornam a transferência para outra pessoa impossível de ser feita. A dica é comprar apenas veículos que estejam no nome do vendedor. "O veículo pode ter multas e impostos não pagos, pendências administrativas com o Detran. Ou, pior, ser fruto de roubo, furto ou bloqueios judiciais. A transferência de titularidade só pode ser concretizada quando essas questões forem resolvidas", afirma Roberto Bottura, CEO da Checkprice.

Tendência de crescimento
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As vendas também tiveram uma alta em comparação ao mesmo mês do ano passado, com crescimento de 8,5% em outubro deste ano. Ilídio Gonçalves dos Santos, presidente da Fenauto, lembrou a necessidade de atenção à variação do nível de confiança do consumidor, que teve evolução positiva. E, com isso, as perspectivas são de crescimento nos próximos meses. "Ao que tudo indica, o cenário é de melhora nos índices de confiança do consumidor, que se refletiram em melhores resultados nas vendas", analisa.
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