Rio - A Jeep ri de orelha a orelha no Brasil. Domina cerca de ¼ do mercado de utilitários esportivos e foi a oitava marca que mais vendeu automóveis em março. Isso tudo com basicamente dois modelos: o Renegade, SUV mais vendido do país no acumulado do ano, e seu vice, o Compass, de maior valor agregado e que tenta passar a imagem de modelo mais requintado. Mas não se engane pela aparência urbana do irmão maior.
Maltratamos um Compass Trailhawk a diesel em uma pista de off road montada pela Jeep na Hípica Santo Amaro, em São Paulo, durante o chamado Jeep Day. Difícil imaginar que o cara que desembolsou R$ 176.990 vá submeter esta versão - ou mesmo a mais barata, a Sport flex, de R$ 113.990 - em situações tão adversas de lama, terra e pedra.
Porém, se em um ataque espontâneo de aventura ele quiser encarar um fora de estrada médio, poderá ir sem medo. O Compass Trailhawk honra a tradição lameira do fabricante estadunidense com robustez sem abrir mão do conforto. Tudo bem que não é um Wrangler para se chafurdar na lama mais densa - tanto que o jipão mais off road da marca tinha pirambeiras mais íngremes e “caixa de ovo” exclusivas no circuito.
O Compass enfrentou a “sua” caixa de ovo numa boa - são buracos alternados, à direita e á esquerda, que lembram as embalagens de ovos. Com o modo 4WD Low, popularmente conhecido como reduzida, acionado por meio de botão no console central, o SUV médio avança roda por roda com flexibilidade invejável.
A suspensão independente do tipo McPherson na frente e atrás e com barras estabilizadoras reforça a robustez a absorve bem os impactos em cada subida e descida dos buracos. E ainda absorve bem os solavancos. Isso mesmo, motorista e passageiros não ficam que nem bolinhas de um jogo de pinball na cabine.
O bicho ainda aguenta a inclinação lateral e sai da caixa de ovos sem esmorecer. Méritos para o motor turbodiesel 2.0 Multijet II com 170 cv e, principalmente, boa parte do torque de 35,7 kgfm disponível nas 1.500 rpm. Força em baixos giros o suficiente para mover a mais de 1,7 tonelada entre os obstáculos.
A mesma disposição é vista para subir o barranco à frente. É pisar leve e constante no pedal do acelerador que o Compass vence a terra cheia de ondulações, buracos e pedras sem dar qualquer impressão que vá recuar. Já no declive, o controle automático de descida segura o jipão. Segure o instinto de pisar no freio, tire o pé do pedal e deixa que o Compass desce automaticamente conforme a inclinação.
Série limitada
A Jeep aproveitou para apresentar - mais uma vez - o Compass S, nova série do SUV médio (o modelo foi anunciado no Salão de São Paulo 2018). A edição limitada é baseada na configuração Limited, mas leva a mais controle de cruzeiro adaptativo que freia e acelera sozinho o modelo conforme o veículo à frente.
O pacote de segurança adicional, a propósito, é o destaque. O Compass S tem também alerta de colisão frontal com frenagem automática e monitoramento de faixa com correção ativa - trepida e corrige a direção caso o motorista invada outra pista sem acionar a seta.
Completam o pacote “diferenciado” as rodas de liga leve aro 19” e grade em tom cinza, o teto pintado de preto, a cabine com revestimento superior escurecido, som premium e banco do motorista com regulagem elétrica. O motor é sempre o 2.0 turbodiesel e o preço da série fica em R$ 187.990.
