Por MOTOR SHOW

Essa entra para a lista de boas ideias que foram mal executadas. Nos anos 1950, a Chrysler Motor Corporation achou que seria interessante olhar para o público feminino — que segundo pesquisas da empresa começava a influenciar na compra do carro da família — e criar algo voltado para elas. Foi assim que nasceu o Dodge La Femme.

Mas a montadora não economizou nos estereótipos de gênero e acabou criando praticamente uma versão em tamanho real do carro da Barbie. Lançado em 1955, como um pacote opcional para o topo de linha Dodge Custom Royal Lancer, o La Femme trazia uma carroceria hardtop de duas portas pintada em branco e rosa, enquanto o logotipo “Custom Royal Lancer” era trocado por um “La Femme” dourado.

Mas o melhor estava no interior, com acabamento em branco… e rosa. A compradora levava ainda uma bolsa exclusiva, que trazia desde um kit de maquiagem completo até um isqueiro, e um conjunto com capa de chuva e guarda-chuva. Tudo também cor-de-rosa e pensado para combinar com o interior do La Femme.

A publicidade do carro também era um caso à parte. Como se não houvessem mulheres entusiastas naqueles tempos, aborda todos os diferenciais estéticos e acessórios oferecidos pelo modelo. Mas não fala uma linha sequer sobre a motorização, que no ano de lançamento tinha como opção mais potente um 4.4 V8 de 196 cv.

Mesmo sem empolgar ao público, no ano seguinte, a Dodge seguiu oferecendo o La Femme. Mas a carroceria passou a ser pintada em dois tons de lilás, enquanto o interior ganhou um carpete bordô. Já os bancos deixaram de ser cor-de-rosa e traziam tecido branco com estampa em lilás. A bolsa personalizada deixou de acompanhar o carro. Mas a proprietária ainda podia contar com a capa de chuva e o guarda-chuva especiais.

Caricato demais mesmo para a época, o La Femme (de maneira previsível) acabou se tornando um fracasso para a montadora. Nos dois anos de produção, cerca de 2,5 mil unidades foram fabricadas. Menos de 1% do total de carros da Dodge produzidos em 1955.

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