Ilha de Comandatuba (BA) - Estilo: ou você tem ou não tem. Menos de uma semana após a chegada do novo Onix, a Hyundai lança oficialmente a linha 2020 do modelo HB20. Hatch, sedã e aventureiro estão mais potentes, tecnológicos, maiores e mudaram o design da dianteira, traseira e interior por completo. Os preços começam em R$ 46.490 para a versão hatch, R$ 55.990 no caso do HB20S (sedã) e R$ 62.990 para o aventureiro HB20x.
O DIA foi até a Ilha de Comandatuba, no litoral da Bahia, para conhecer as novidades. A principal está sob o capô. Trata-se do motor turbo 1.0 TGDI de três cilindros, com injeção direta e capacidade para render 120 cv de potência e torque máximo de 17,5 kgfm, disponível já em baixa rotação (1.500 rpm). O motor está sempre associado ao câmbio automático de seis marchas. A aventureira só tem versões com o antigo motor Gamma 1.6.
Além do já citado propulsor turbo, a Hyundai manteve o motor Kappa três cilindros 1.0 aspirado de 80 cv e 10,2 kgfm e melhorou a potência do Gamma 1.6, de quatro cilindros, que agora entrega 130 cv e 16,5 kgfm (1.500 rpm) de torque. Nas últimas motorizações, o câmbio pode ser manual de seis marchas ou automático de seis velocidades. Segundo a Hyundai, as versões turbo apresentam consumo de até 15,6 km/l na estrada.
Design da discórdia
Se a opção por motor turbo é aprovada pela ampla maioria, as escolhas por design com dianteira rebaixada, grade de ampla, para-choque reduzido a um mero detalhe, faróis e lanternas com formato irregular, não receberam olhares tão receptivos. O interior é um dos maiores acertos da linha. Os designers da Hyundai marcaram pontos ao desenvolver o novo painel, console e revestimento das portas.
A posição da central multimídia Blue Mídia de oito polegadas compatível com Android Auto e Apple Car Play também é mérito do novo arranjo - vale destacar que o componente está disponível desde a versão Vision (intermediária). Mesmo com certa quantidade de plásticos, a linha tem refinamento. Nas versões topo (Diamond), o esmero é maior, graças a revestimentos em couro sintético, que podem ser marrom, cinza ou cinza claro.
A linha não mudou de plataforma. A estratégia foi melhorar a arquitetura, inserindo mais aços de ultra alta resistência, que, por exemplo, está em 30% da estrutura. Os ajustes na plataforma garantiram mais espaço no interior da cabine. A versão hatch cresceu dois cm no comprimento, quatro cm de largura e três cm no entre-eixos (2,53 m).
Em comparação com o ganho da hacth, a sedã cresceu em comprimento: três cm, com 4,26m no total. O porta-malas da sedã ficou mais espaçoso. São 475 litros da linha 2020, ante 450 da anterior. Para fim de comparação, o Chevrolet Onix tem seis litros a menos. No caso do aventureiro HB20x, o ganho mais perceptível é em relação ao solo, que agora garante um vão de 21,1 cm.
Tecnologia é destaque
Entre os itens de tecnologia, destaque para a central multimídia flutuante de oito polegadas (a partir de versões intermediárias), painel digital e ar-condicionado com tela digital no lugar do botão. A ergonomia de bancos traz ajuste de altura por alavanca e foi adicionada porta USB para carregar rápido smartphones.
Apesar da expectativa com lista de equipamentos da concorrência, não foi dessa vez que a Hyundai incluiu controles de tração e estabilidade nas versões de série. Os itens de segurança só estão disponíveis para as mais caras. A mesma prática acontece com airbags laterais. Aliás, linha HB20 só conta com quatro airbags, quando a concorrência oferece seis e todos os sistemas de segurança de série.
A HB20 conta com sistemas de frenagem autônoma, assistente de permanência em faixa e monitoramento de pressão de pneus, itens que fazem parte da lista de equipamentos de modelos mais caros. Tudo bem que esses itens só estão disponíveis nas versões mais tops, mas ainda assim é um avanço louvável.
Ao volante
Nosso primeiro contato com a linha 2020 do HB20 foi com as versões Diamond Plus das configurações hatch e sedã, que saem equipadas com motor 1.0 turbo. Foram pouco mais de 90 km percorridos, entre percurso de rodovia, cidade e percurso fechado de teste.
Nessas condições, a dupla mostrou bom desempenho e estabilidade, com alguma vantagem para a versão hatch. Isso porque em alguns momentos, sentimos que a versão sedã pareceu dar uma bobeada em situações de curva, culpa, talvez, da má condição do asfalto na estrada da Bahia percorrida durante a avaliação.
Em ambos os modelos, o câmbio automático de seis velocidades do tipo conversor tem ótima transição, sem engasgos. Mesmo em situações de retomada brusca ou redução. O delay entre o pisar no acelerador e o carro andar também é mínimo. A direção elétrica mantém a boa transição de rigidez já agradável na linha anterior.
O bom resultado se repete no trabalho do conjunto de suspensão, que praticamente não transmite as imperfeições do solo para o interior da cabine. Quando o assunto é isolamento, outra bola dentro da dupla. A situação só sai um pouco do controle nas situações em que o motor é muito exigido. Nesses momentos, o som do três cilindros invade a cabine.
Com a mudança do volante, adoção da alavanca de altura do banco e regulagem do encosto, a ergonomia ao volante do HB20 melhorou bastante. Os bancos têm bom apoio lateral para as costas e pernas. Pena os passageiros da fileira traseira não terem ganhado espaço. É, apesar dos três centímetros a mais de entre-eixos, a área na dupla de compactos ainda é apertado. Joelhos, cabeça e ombro estão sempre raspando ou praticamente colados no teto, banco da frente ou no eventual quinto passageiro. Por outro lado o bagageiro ganhou 25 litros no sedã.
