O feito não é fácil, se considerarmos que a linha divide os holofotes com o líder em vendas Chevrolet Onix, que parece ter subido o nível. Para saber se dão conta do recado, rodamos por uma semana e cerca de 400 km com a versão sedã. O visual redesenhado tem dianteira mais rebaixada, com grade ampla, que quase toma toda a porção e lembra a boca de um peixe.
Mas a convivência de perto, na versão Diamond Plus, equipada com o novo motor turbo 1.0 e mais cara (R$ 81.290), tornou as linhas atraentes. Principalmente pelo fato do modelo ter caimentos que remetem, e muito, ao design de cupês. Os faróis pontudos com projetores e assinatura em LEDs na extremidade lateral colaboram para essa melhor impressão.
Alguns elementos como o tamanho das lanternas traseiras e a sua posição, que não segue a linha formada por um vinco vindo da lateral, destoam. Mas, no geral, o design externo é um acerto. Só não provoca a mesma sensação causada pelos primeiros modelos da geração um.
Por falar em acertos, a espichada de 3 cm, totalizando 2,53 m, no entre-eixos do modelo é outro deles. O espaço maior, associado à linha de cintura mais baixa e a nova angulação dos assentos traseiros, reduzem a sensação claustrofóbica da geração anterior.
Se as mudanças por fora só agradaram pessoalmente, o interior do HB20S 2020 é bonito de todos os ângulos. Com linhas sóbrias e combinações de texturas mais acertadas, o modelo é superior a maioria dos concorrentes. Mas sim, ele também tem plástico rígido em boa parte das superfícies. Porém essa escolha não passa a impressão de fragilidade.
Pelo contrário, o modelo tem ótimos encaixes, nenhuma rebarba aparente e combina com bom gosto plásticos de acabamento black piano, metalizados e foscos.Embora o tom cinza claro do couro dos bancos, painéis de porta, coifa do câmbio e volante, não agrade muito, a qualidade do revestimento deve ser mencionada.
Chave no bolso, dedo no botão de partida e pé direito no acelerador. Quase nenhum ruído do três cilindros, que rende 120 cavalos de potência com injeção direta de combustível, ao despertar e tudo pronto para sair. O relar no acelerador já mostra o potencial do modelo para arrancadas vigorosas. Isso porque os 17,5 kgfm de torque estão disponíveis em regime de baixa rotação.
Ao primeiro sinal vermelho, o motor desliga sozinho para economizar combustível. Tarefa bem feita pelo modelo, que apresentou média de consumo de 9,5 km/l, quando abastecido com etanol. E olha que pegamos dias de trânsito intenso e muito calor no Rio, com o ar-condicionado sempre ligado. De acordo com o Inmetro, o consumo na gasolina é de 12,7 e 15,6 km/l na gasolina.
O baixo consumo é facilitado pela boa relação do motor com o câmbio automático de seis marchas. Como a proposta é a melhor eficiência energética, não espere um comportamento esportivo da transmissão. Para amenizar esse aspecto, o modelo oferece a opção de trocas manuais por aletas no volante ou na manopla.
Nos quase 400 km de avaliação, chamou atenção a estabilidade do sedã em curvas. Mesmo com a sua considerável altura em relação ao solo, o modelo tem baixa inclinação da carroceria e contorna traçados sinuosos com maestria. Isso, talvez, por conta do seu tamanho reduzido. Outro destaque vai para o conjunto de suspensão que absorve quase na totalidade as imperfeições do asfalto. Embora não deixe vazar muito ruído, o isolamento acústico interno poderia ser melhor.
Apesar de alguns senões, o HB20S 2020 prova que tem conteúdo para se estabelecer na segunda colocação no ranking de vendas. Outra conclusão que fica é que a disputa pelos clientes do segmento dos sedãs compactos será acirrada nos próximos meses. Fiat Cronos e Volkswagen Virtus que se preparem.
Há ainda duas portas USB na dianteira, sendo uma delas com carregamento rápido para smartphones. Mimos como espelho e luz no para-sol também estão presentes.
Preço: R$ 81.290 + pintura Cinza Sand R$ 1.000
Motor: 1.0, três cilindros, turbo TGDI, injeção direta de combustível
Potência máxima e torque: 120 cv a 6.000 rpm e 17,5 kgfm a 1.500 rpm
Transmissão: Automático, seis marchas , tração dianteira
Direção: Elétrica
Suspensão: Independente, McPherson (dianteira) / Eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteira) / tambores (traseira)
Pneus: 185/60 R15
Dimensões: comprimento (4,26 m), largura (1,72 m), altura (1,47 m), entre-eixos (2,53 m), porta-malas (475 l) e tanque (50 l)
Consumo médio de combustível: 9,5 km/l (etanol)
0 a 100 km/h: 10,7 segundos
Velocidade máxima: 191 km/h