A Ford Ranger foi a terceira força no segmento das picapes em 2019. O modelo emplacou mais de 22 mil unidades no acumulado de janeiro a dezembro, com alta de 8% em relação ao resultado de 2018. O resultado mostra um acerto da marca norte-americana em abandonar de vez a motorização flex, mantendo apenas as versões a diesel. São duas: a 2.2 de 160 cv e a 3.2 de 200 cv.
A segunda opção tem preços que partem de R$178,990, na versão XLT. Foi com essa configuração que passamos uma semana para conhecer o que mudou, pontos fortes e fracos da picape. Foram cerca de 250 km rodados, em percurso totalmente urbano.
Pode parecer esquisito avaliar uma picape apenas na cidade e sem peso na caçamba, que comporta até 1.186 kg, mas é normalmente nesse ambiente e condições que esses veículos são usados pelos consumidores urbanos. Principalmente as picapes bem equipadas, como é o caso da Ranger XLT, que traz sete airbags, controle de estabilidade e tração, ar-condicionado de duas zonas, central multimídia SYNC 3 de 8", painel com duas telas em TFT, faróis automático, com ajuste de altura do faixo, retrovisores externos rebatíveis eletricamente e interno fotocrômico. Há ainda sensor de chuva, GPS nativo, câmera de ré, sensores traseiros e rodas de liga aro 18.
Olhando a 'grandalhona' por fora, você só consegue diferenciá-la, em relação a linha anterior, pela grade frontal. A peça agora traz duas barras horizontais cromadas. A estratégia da Ford foi de aproximar a picape média das irmãs maiores americanas, como a F-150. Fora isso, tudo igual. Já por dentro, a Ranger consegue ser uma das melhores no segmento.
Não é que o interior da Ranger XLT seja um primor à nível de acabamento. Pelo contrário, há plástico na maior parte das superfícies. Mas a picape importada da Argentina tem muito bom gosto em combinar as texturas desses plásticos. Poderia ser melhor se consideramos que a versão só fica abaixo da topo Limited.
Os bancos em couro preto, com costuras em cinza, aliviam um pouco a sensação de interior mais simples. O material também está presente no apoio de braço central e na manopla do câmbio. Por falar em bancos, a ergonomia ao volante é o que se espera de uma picape: posição alta de direção, ótima visibilidade e bom apoio para costas e pernas. Há ajustes manuais de altura, encosto e até de apoio lombar - aliás, a Ranger foi o primeiro modelo que dirigi com esse tipo de ajuste manual. O volante tem ajuste de altura.
TAMANHO SUFICIENTE
No tamanho, a Ranger tem espaço suficiente para levar a família quando não estiver no batente. Na nossa avaliação, os 5,35 m de comprimento, 1,86 m de largura e 3,22 m de entre eixos, garantiram espaço sem sufoco para até cinco passageiros. Facilita ainda mais a vida o fato da picape ter estribos laterais de série. Os mais baixos agradecem, já que são 23,2 cm de distância da cabine ao chão.
Quem vai atrás só não tem portas USB para o carregamento do smartphone. Pelo menos, há tomada 12V, onde pode ser instalado adaptador, e apoio de braços com porta-copos. A segunda fileira traz cinto de três pontas e encosto de cabeça para todos.