Peugeot 2008 2020 1.6 Griffe - Lucas Cardoso
Peugeot 2008 2020 1.6 GriffeLucas Cardoso
Por Lucas Cardoso

Rio - Quando a Peugeot resolveu trazer o 2008 para o mercado brasileiro, em janeiro de 2015, o modelo era classificado pela própria marca como um crossover e não como um SUV. A decisão não fazia muito sentido na época e, com o crescimento do segmento dos utilitários esportivos, se mostrou ainda mais equivocada, já que o modelo poderia ter aproveitado a onda gerada em torno dos 'jipinhos' para ganhar terreno. 

Para corrigir essa classificação, a linha 2020 do modelo 'pulou' de segmento e assumiu o posto de SUV de entrada da marca. Faz sentido, já que o modelo atende aos critérios definidos pelo Inmetro para ser um utilitário esportivo: ângulo de ataque igual ou acima de 23°, ângulo de saída de 20° para cima e altura livre a partir dos 20 cm.

 

Peugeot 2008 2020 1.6 Griffe - Lucas Cardoso

O DIA rodou por cerca de 15 dias com o SUV da marca do leão, na versão Griffe, a topo, que custa R$ 89.990, para avaliar os pontos positivos e negativos do novo concorrente do segmento e saber se ele é mais do que apenas as medidas. 

De cara, o modelo chama atenção pela segurança, acabamento externo e nível de equipamentos. Destaque da lista para os seis airbags, controles eletrônicos de estabilidade e tração, controle de cruzeiro, limpador de para-brisa automático, faróis com acendimento automático e teto panorâmico de vidro. Outros itens como o ar-condicionado de dupla zona e a central multimídia de 7" compatível com Android Auto e Apple Car Play também incrementam a lista. 

Peugeot 2008 2020 1.6 Griffe - Divulgação

O conjunto compõe bem o que um SUV neste segmento precisa. Além disso, por dentro, o modelo ainda oferece o excelente padrão de ergonomia garantido pelo I-Cockpit, que coloca o motorista em posição ideal para a condução. A experiência é ainda melhor graças ao volante pequeno de base reta, que tem acabamento em couro. O revestimento também está em algumas partes dos bancos nesta versão. 

Na prática

Ao volante, o motor 1.6 aspirado de 118 cv se mostrou esperto, com bom rendimento em baixos giros e entrega de força na medida certa para empurrar os 1.086 kg do SUV. O câmbio automático de seis velocidades tem acerto ideal para a condução focada no conforto, sem apresentar trancos inesperados, mas não espere esportividade. Pelo contrário, quando o pedal de aceleração é forçado, ainda sentimos o tradicional um 'delay' entre a resposta do carro e o pisar.

As trocas manuais e o modo esportivo, que eleva o giro, ajudam a reduzir a sensação de ‘delay’. Durante os mais de 600 km percorridos, quem se mostrou útil foi a opção Eco. O acionamento privilegia o consumo ao reduzir a rotação do motor, em média, 500 giros, o que deixa o carro menos ágil, mas mais econômico. Por falar no consumo, o SUV anotou média de 8,9 km/l (etanol) e 11,1 km/l (gasolina).

O conjunto de suspensão proporciona rodar suave em quase 100% das situações. A suavidade é tanta que em algumas situações, esse molejo parece deixar o carro instável. Para amenizar o comportamento, basta aliviar nas acelerações, principalmente em curvas, que é quando há maior rolagem e inclinação da carroceria.
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Uma bicicleta na mala
A experiência mostra que o 2008 não é carro para excessos, mas para condução racional. Ele se sai muito bem na versatilidade para quem quer espaço. O banco traseiro acomoda três pessoas, melhora para quem vai na ponta. No centro, como de costume em quase todos os concorrentes, falta espaço para pés e joelhos. Embora não seja dos maiores, o porta-malas de 402 l se mostrou espaçoso. Com os bancos rebatidos, a capacidade passa para 1.172 litros. Experimentamos essa condição e com ela conseguimos transportar até um bicicleta aro 26.
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De fora a fora, o teto panorâmico é um show à parte. Já tradicional nesse modelo, a alavanca de freio de mão com design diferente pode ser esquisito num primeiro momento, mas depois você se acostuma e acha até mais confortável comparada aos freios comuns. Difícil mesmo de aturar é a escolha da Peugeot para a posição do botão de acionamento da persiana no teto: ao lado do freio de mão no console.

Além da posição, outra coisa incomoda na atuação do controle, que é o tempo gasto para abrir e fechar o teto por completo. São cerca de 8 segundos. Por isso indicamos realizar o processo quando o carro estiver parado. Adaptar a função um toque ao sistema facilitaria a vida do motorista.
Ficha técnica
  • Preço: R$ 89.990
  • Motor: 1.6 flex, aspirado, quatro cilindros em linha, 16V
  • Potência e torque: 118 cv a 5.750 rpm e 16,1 kgfm a 4.000 rpm
  • Câmbio e direção: Automático de seis marchas, tração dianteira/elétrica
  • Suspensão: McPherson (dianteira), eixo de torção (traseira)
  • Freio: disco ventilado (dianteira), disco sólido (traseira)
  • Pneu: 205/60 R16
  • Dimensões: 4,159 m (comprimento), 1,739 m (largura), 1,583 m (altura), 2,542 m (entre-eixos), 355 l (porta-malas), 55 l (tanque), 1.248 kg (peso)

 

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