Rio - Quando a Peugeot resolveu trazer o 2008 para o mercado brasileiro, em janeiro de 2015, o modelo era classificado pela própria marca como um crossover e não como um SUV. A decisão não fazia muito sentido na época e, com o crescimento do segmento dos utilitários esportivos, se mostrou ainda mais equivocada, já que o modelo poderia ter aproveitado a onda gerada em torno dos 'jipinhos' para ganhar terreno.
Para corrigir essa classificação, a linha 2020 do modelo 'pulou' de segmento e assumiu o posto de SUV de entrada da marca. Faz sentido, já que o modelo atende aos critérios definidos pelo Inmetro para ser um utilitário esportivo: ângulo de ataque igual ou acima de 23°, ângulo de saída de 20° para cima e altura livre a partir dos 20 cm.
O DIA rodou por cerca de 15 dias com o SUV da marca do leão, na versão Griffe, a topo, que custa R$ 89.990, para avaliar os pontos positivos e negativos do novo concorrente do segmento e saber se ele é mais do que apenas as medidas.
De cara, o modelo chama atenção pela segurança, acabamento externo e nível de equipamentos. Destaque da lista para os seis airbags, controles eletrônicos de estabilidade e tração, controle de cruzeiro, limpador de para-brisa automático, faróis com acendimento automático e teto panorâmico de vidro. Outros itens como o ar-condicionado de dupla zona e a central multimídia de 7" compatível com Android Auto e Apple Car Play também incrementam a lista.
O conjunto compõe bem o que um SUV neste segmento precisa. Além disso, por dentro, o modelo ainda oferece o excelente padrão de ergonomia garantido pelo I-Cockpit, que coloca o motorista em posição ideal para a condução. A experiência é ainda melhor graças ao volante pequeno de base reta, que tem acabamento em couro. O revestimento também está em algumas partes dos bancos nesta versão.
Na prática
Ao volante, o motor 1.6 aspirado de 118 cv se mostrou esperto, com bom rendimento em baixos giros e entrega de força na medida certa para empurrar os 1.086 kg do SUV. O câmbio automático de seis velocidades tem acerto ideal para a condução focada no conforto, sem apresentar trancos inesperados, mas não espere esportividade. Pelo contrário, quando o pedal de aceleração é forçado, ainda sentimos o tradicional um 'delay' entre a resposta do carro e o pisar.
As trocas manuais e o modo esportivo, que eleva o giro, ajudam a reduzir a sensação de ‘delay’. Durante os mais de 600 km percorridos, quem se mostrou útil foi a opção Eco. O acionamento privilegia o consumo ao reduzir a rotação do motor, em média, 500 giros, o que deixa o carro menos ágil, mas mais econômico. Por falar no consumo, o SUV anotou média de 8,9 km/l (etanol) e 11,1 km/l (gasolina).
Além da posição, outra coisa incomoda na atuação do controle, que é o tempo gasto para abrir e fechar o teto por completo. São cerca de 8 segundos. Por isso indicamos realizar o processo quando o carro estiver parado. Adaptar a função um toque ao sistema facilitaria a vida do motorista.
- Preço: R$ 89.990
- Motor: 1.6 flex, aspirado, quatro cilindros em linha, 16V
- Potência e torque: 118 cv a 5.750 rpm e 16,1 kgfm a 4.000 rpm
- Câmbio e direção: Automático de seis marchas, tração dianteira/elétrica
- Suspensão: McPherson (dianteira), eixo de torção (traseira)
- Freio: disco ventilado (dianteira), disco sólido (traseira)
- Pneu: 205/60 R16
- Dimensões: 4,159 m (comprimento), 1,739 m (largura), 1,583 m (altura), 2,542 m (entre-eixos), 355 l (porta-malas), 55 l (tanque), 1.248 kg (peso)