Dianteira ganha em imponência graças à adoção do pacote aventureiro, com faróis auxiliáres - Lucas Cardoso
Dianteira ganha em imponência graças à adoção do pacote aventureiro, com faróis auxiliáresLucas Cardoso
Por Lucas Cardoso
Rio - Desde que foi lançado no mercado brasileiro, em 2011, o Duster ganhou popularidade por sua robustez e ótima relação custo-benefício. Seu único rival à época, o Ford Ecosport (ainda em sua primeira geração), não forçava tanto o ritmo no segmento. O que dava ao SUV da Renault a chance de surfar a onda dos utilitários e se manter no topo. Contudo, entre facelifts e reestilizações superficiais, o modelo foi ficando para trás enquanto novos rivais foram surgindo. Mas a Renault parece ter despertado em março, quando apresentou a linha 2021 do utilitário esportivo.

Para voltar a ser opçãoda maioria no segmento, o modelo recebeu mudanças mais invasivas no interior, que carecia de cuidados, e exterior (sem perder o seu jeitão parrudo, é claro). Além disso, o modelo também ficou mais tecnológico, seguro e ganhou na parte mecânica com a troca da direção eletro-assistida por uma totalmente elétrica. Para conhecer essas mudanças, O DIA passou uma semana com o Duster em sua versão mais completa, a Iconic que custa R$ 94.240.

As novidades no SUV são leves por fora, embora tenham deixado o modelo bem mais interessante a nível de design. A dianteira tem visual mais alongado horizontalmente, com linhas da nova grade acompanhando os faróis mais estreitos. O capô também ficou mais alto e o para-brisas ficou mais inclinado. O para-choque mudou pouco, mas acompanhou a pegada mais robusta da linha.

Ao olhar o SUV de lado, é possível ver que a linha de cintura foi elevada em alguns centímetros e, com isso, a área envidraçada ficou menor. A traseira do Duster ganhou novo para-choque e lanternas que têm um 'q' de Jeep Renegade.
Novo design interior do Duster deixa modelo com ar mais sofisticado - Lucas Cardoso
Por dentro

Esqueçam as saídas de ar redondas de aspecto genérico e a posição incômoda da central multimídia bem abaixo da linha de visão do motorista. A linha nova traz design atual. Detalhes no painel adotam design mais reto e horizontal, com acabamento metálico. Em posição mais fácil de ser manuseada, a central Easylink, novidade no Duster, é mais fluída e tem boas transições entre aplicações.

Sofisticado

Embora tenha bastante plástico, o acabamento no interior é bem acertado. Não há encaixes mal feitos ou aquela impressão de peças aproveitadas ou adaptadas, que havia no modelo antigo. A mescla de texturas das superfícies também agrada visualmente.
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Acabamento das portas dianteiras tem acabamento em couro no apoio de braço e tecido. Metal usado no puxador e maçaneta interna são de ótima qualidade - Lucas Cardoso
O volante com revestimento em couro da versão avaliada Iconic agora incorpora os controles do controle de cruzeiro e limitador de velocidade do lado esquerdo. Do lado direito, os botões servem para controlar as funções do painel de instrumentos, mas bem que poderiam acomodar os controles do multimídia. Infelizmente, essas funções seguem sendo feitas por um apêndice preso a coluna de direção - como acontecem em modelos da Peugeot e Citröen.
Volante com acabamento em couro traz controles do multimídia ainda em apêndice preso a coluna de direção - Lucas Cardoso


No quesito ergonomia, bancos dianteiros têm mais apoio lateral para costas e pernas. Além disso, o volante pode ser ajustado nos dois eixos (profundidade e altura). As modificações permitem um fácil encaixe, independente da altura ou tamanho do motorista.

Falando em facilitar a vida do motorista, a direção elétrica, novidade na linha, permite menos esforço por parte do motorista em manobras, e é passa segurança em altas velocidades. O quesito era um dos pontos negativos do Duster até então. O modelo contava com sistema eletro-hidráulica, mais pesado e menos preciso.

Como anda?

Equipado com o já conhecido motor SCe 1.6, o Duster entrega desempenho aceitável para a categoria dos SUVs sem turbo, que estão ficando a cada dia mais escassos. Embora a potência não tenha mudado, são os mesmos 120 cavalos e16,2 kgfm de torque eo peso seja 65 kg maior (1.279 kg), a Renault parece ter conseguido melhorar a relação da transmissão X-CVT com o pedal de aceleração. Isso deixa o guiar menos entediante.

Apesar dessa melhora, não espere um comportamento de um modelo esperto.Retomadas e ultrapassagens levam mais tempo e tudo demanda mais espaço. Essa sensação fica um pouco melhor quando colocamos o câmbio na posição de trocas simuladas. O sistema CVT mesmo que não tenha marchas de verdade, consegue trocas em giro elevado, o que dá uma impressão de melhor desempenho.

O consumo de combustível do modelo também melhorou em relação ao seu antecessor. Isso pode ser reflexo da oferta do sistema start stop, que desliga e liga o carro em paradas rápidas para reduzir o consumo de combustível. Na nossa avaliação, rodamos cerca de 280 km, com média de consumo no etanol de 8,3 km/l. Vale destacar que a linha anterior anotou média de 7,7 km/l em um teste com condições parecidas.

No quesito suspensão, o Duster segue fazendo um bom trabalho. O conjunto é firme na medida certa e transmite pouco as imperfeições do solo. A estabilidade do modelo também agrada, mesmo com a mudança das rodas de 16 para 17 polegadas da linha atual. O sistema de freios formado por disco ventilado na dianteira e tambor na traseira. As melhorias do modelo também se refletem no interior mais silencioso. O isolamento da linha 2021 foi melhorado graças a instalação de revestimentos e vidros mais espessos.

Por falar em conforto, o Duster segue trazendo medidas interessantes para até cinco passageiros. Foram mantidas no modelo as medidas mais importantes do antigo, como 2,67 m de entre-eixos e 475 litros de porta-malas (maior da categoria). Uma pena o modelo não trazer mimos para quem vai atrás, como saídas de ar e portas USB. Aliás, ele só tem uma entrada para carregamento na central multimídia.

A segurança do modelo foi ampliada com quatro airbags (dois dianteiros e dois de cortina) controles de tração e estabilidade de série, além do cinto de três pontos em todas os lugares. No quesito tecnologia, o SUV traz alerta de ponto cego, ar-condicionado digital automático e partida por botão, com chave presencial do tipo cartão.

No geral, o Duster 2021 evoluiu muito em relação a seu antecessor e chega a tomar o posto de melhor SUV da Renault. A briga complicou para o Captur.

Big Brother Duster

O sistema de câmeras, com visão dianteira e lateral é uma mão na roda na hora de estacionar. Principalmente para aqueles mais descuidados. Isso porque a visão lateral ajuda a evitar os incômodos arranhões de roda em meios fio.