Para voltar a ser opçãoda maioria no segmento, o modelo recebeu mudanças mais invasivas no interior, que carecia de cuidados, e exterior (sem perder o seu jeitão parrudo, é claro). Além disso, o modelo também ficou mais tecnológico, seguro e ganhou na parte mecânica com a troca da direção eletro-assistida por uma totalmente elétrica. Para conhecer essas mudanças, O DIA passou uma semana com o Duster em sua versão mais completa, a Iconic que custa R$ 94.240.
As novidades no SUV são leves por fora, embora tenham deixado o modelo bem mais interessante a nível de design. A dianteira tem visual mais alongado horizontalmente, com linhas da nova grade acompanhando os faróis mais estreitos. O capô também ficou mais alto e o para-brisas ficou mais inclinado. O para-choque mudou pouco, mas acompanhou a pegada mais robusta da linha.
Ao olhar o SUV de lado, é possível ver que a linha de cintura foi elevada em alguns centímetros e, com isso, a área envidraçada ficou menor. A traseira do Duster ganhou novo para-choque e lanternas que têm um 'q' de Jeep Renegade.
Esqueçam as saídas de ar redondas de aspecto genérico e a posição incômoda da central multimídia bem abaixo da linha de visão do motorista. A linha nova traz design atual. Detalhes no painel adotam design mais reto e horizontal, com acabamento metálico. Em posição mais fácil de ser manuseada, a central Easylink, novidade no Duster, é mais fluída e tem boas transições entre aplicações.
Sofisticado
Embora tenha bastante plástico, o acabamento no interior é bem acertado. Não há encaixes mal feitos ou aquela impressão de peças aproveitadas ou adaptadas, que havia no modelo antigo. A mescla de texturas das superfícies também agrada visualmente.
No quesito ergonomia, bancos dianteiros têm mais apoio lateral para costas e pernas. Além disso, o volante pode ser ajustado nos dois eixos (profundidade e altura). As modificações permitem um fácil encaixe, independente da altura ou tamanho do motorista.
Falando em facilitar a vida do motorista, a direção elétrica, novidade na linha, permite menos esforço por parte do motorista em manobras, e é passa segurança em altas velocidades. O quesito era um dos pontos negativos do Duster até então. O modelo contava com sistema eletro-hidráulica, mais pesado e menos preciso.
Como anda?
Equipado com o já conhecido motor SCe 1.6, o Duster entrega desempenho aceitável para a categoria dos SUVs sem turbo, que estão ficando a cada dia mais escassos. Embora a potência não tenha mudado, são os mesmos 120 cavalos e16,2 kgfm de torque eo peso seja 65 kg maior (1.279 kg), a Renault parece ter conseguido melhorar a relação da transmissão X-CVT com o pedal de aceleração. Isso deixa o guiar menos entediante.
Apesar dessa melhora, não espere um comportamento de um modelo esperto.Retomadas e ultrapassagens levam mais tempo e tudo demanda mais espaço. Essa sensação fica um pouco melhor quando colocamos o câmbio na posição de trocas simuladas. O sistema CVT mesmo que não tenha marchas de verdade, consegue trocas em giro elevado, o que dá uma impressão de melhor desempenho.
O consumo de combustível do modelo também melhorou em relação ao seu antecessor. Isso pode ser reflexo da oferta do sistema start stop, que desliga e liga o carro em paradas rápidas para reduzir o consumo de combustível. Na nossa avaliação, rodamos cerca de 280 km, com média de consumo no etanol de 8,3 km/l. Vale destacar que a linha anterior anotou média de 7,7 km/l em um teste com condições parecidas.
No quesito suspensão, o Duster segue fazendo um bom trabalho. O conjunto é firme na medida certa e transmite pouco as imperfeições do solo. A estabilidade do modelo também agrada, mesmo com a mudança das rodas de 16 para 17 polegadas da linha atual. O sistema de freios formado por disco ventilado na dianteira e tambor na traseira. As melhorias do modelo também se refletem no interior mais silencioso. O isolamento da linha 2021 foi melhorado graças a instalação de revestimentos e vidros mais espessos.
Por falar em conforto, o Duster segue trazendo medidas interessantes para até cinco passageiros. Foram mantidas no modelo as medidas mais importantes do antigo, como 2,67 m de entre-eixos e 475 litros de porta-malas (maior da categoria). Uma pena o modelo não trazer mimos para quem vai atrás, como saídas de ar e portas USB. Aliás, ele só tem uma entrada para carregamento na central multimídia.
A segurança do modelo foi ampliada com quatro airbags (dois dianteiros e dois de cortina) controles de tração e estabilidade de série, além do cinto de três pontos em todas os lugares. No quesito tecnologia, o SUV traz alerta de ponto cego, ar-condicionado digital automático e partida por botão, com chave presencial do tipo cartão.
No geral, o Duster 2021 evoluiu muito em relação a seu antecessor e chega a tomar o posto de melhor SUV da Renault. A briga complicou para o Captur.
Big Brother Duster
O sistema de câmeras, com visão dianteira e lateral é uma mão na roda na hora de estacionar. Principalmente para aqueles mais descuidados. Isso porque a visão lateral ajuda a evitar os incômodos arranhões de roda em meios fio.