Jogos reuniram 500 capoeiristas, de comunidades de todo o BrasilFelipe Vieira/CCS PMBM

Barra Mansa - Em comemoração aos 190 anos de Barra Mansa, neste fim de semana foram realizados os Jogos Comunitários de Capoeira do Brasil. A abertura oficial aconteceu no sábado (8), no Ilha Clube, no Ano Bom, e contou com a participação de comunidades de todo o país, que marcaram presença no torneio de artes marciais.
Dezenas de capoeiristas de diversas idades participaram de uma grande roda de abertura. Na parte da tarde, uma caminhada com saída do Palácio Barão de Guapy, no Centro, em direção ao Ilha Clube, no Ano Bom, reuniu centenas de pessoas em uma aula em plena Ponte dos Arcos, um dos principais cartões postais de Barra Mansa.
O organizador do evento, o capoeirista Luís Carlos Rocha - o Mestre Pretinho - ressaltou a importância da ação. “Esse evento é muito importante, principalmente socialmente falando, já que nossa instituição é voltada para isso, para o trabalho em comunidades. E é de suma importância para Barra Mansa sediar um evento deste porte, com a participação de jovens do Brasil inteiro. Além de poder mostrar essas pessoas que estão hoje no caminho errado, que podem ser resgatadas através da capoeira”.
Pretinho ainda fez um convite aos jovens da região que tenham o interesse em praticar capoeira. “É muito fácil fazer capoeira na cidade: toda terça e quinta-feira tem aula no Ilha Clube, a partir das 19h. E os alunos que não conseguem pagar, nós avaliamos como são suas notas e o bom comportamento com familiares, e assim damos a oportunidade para ajudar eles”, completou.
O jovem Antônio de Souza Santos, de 32 anos, mais conhecido na capoeira como Madrugada, contou como sua história de vida mudou através da capoeira. “Antes de começar na capoeira eu ficava pelas ruas do Ano Bom, tomando conta de carros para conseguir algum dinheiro pra ajudar em casa. Estava começando a me envolver com a bebida, quando uma assistente social me apresentou a capoeira”, revelou, acrescentando como foi apresentado ao Mestre Pretinho.
“Fui apresentado ao projeto que se chamava ‘Faço Vida’, que tinha o foco em tirar jovens das drogas. Eu não tinha condições de pagar e então conversei com o professor, que apenas pediu para que eu continuasse estudando e que minha presença já pagava as mensalidades. Desde então nunca mais sai da capoeira e já tive diversas oportunidades, pois agora dou aula numa escola em Resende e já viajei para a França duas vezes. Também tenho oportunidade de viajar por todo Brasil, sendo instrutor de capoeira, mostrando a todos a minha profissão, que tira meu sustento e da minha família”, relatou Madrugada.
O presidente da Fundação Cultura Barra Mansa (FCBM), Marcelo Bravo, que acompanhou de perto a organização do evento, falou com o orgulho de poder trazer todo final de semana uma ação cultural diferente para os munícipes. “Hoje contamos com a presença de capoeiristas do Brasil inteiro em nossa cidade e é gratificante ver a população na rua abraçando a ideia e fazendo um grande espetáculo. Trabalhamos para trazer o melhor para a cultura de Barra Mansa, cada vez mais”, pontuou.
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