'Cabo Frio tem o pior mês de junho da história devido a queda nos royalties, no repasse do Fundeb e ICMS e o coronavírus', declara o Secretário de Fazenda, Clésio Guimarães
'Cabo Frio tem o pior mês de junho da história devido a queda nos royalties, no repasse do Fundeb e ICMS e o coronavírus', declara o Secretário de Fazenda, Clésio Guimarães
Em Entrevista ao 'O Dia', Secretário fala da perda de 40 milhões de arrecadação, explica sobre o não repasse dos descontos dos aposentados e pensionistas aos bancos, esclarece sobre os rumores de seu pedido de 'demissão' e apresenta o seu livro
Clésio Guimarães, Secretário de Fazenda de Cabo Frio Imagem de Internet
Por Juarez Volotão
Cabo Frio - O município de Cabo Frio vive num impasse com os constantes atrasos nos pagamentos dos servidores públicos, aposentados e pensionistas, o que não é de hoje, mas que pode se agravar com a queda na arrecadação dos royalties, que despencou neste mês de junho, sendo o menor valor mensal recebido em 18 anos, tendo sido depositado R$ 3,9 milhões aos cofres públicos municipais, o menor desde agosto de 2002.
Em entrevista ao 'O Dia', o Secretário de Fazenda de Cabo Frio, Clésio Guimarães, demonstra preocupação com os atrasos na folha de pagamento, com os repasses dos descontos dos aposentados e pensionistas aos bancos, com a perda de R$ 40 milhões de arrecadação geral da cidade nos meses de maio e junho, piorando ainda mais a situação financeira do município, que precisa ainda enfrentar a realidade da pandemia do coronavírus e nos responde acerca do seu possível afastamento da pasta, notícia que circulou e ganhou força na cidade nos últimos dias e nos apresenta o seu livro, recém-lançado.
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' A queda nos royalties e a crise do coronavírus, somados aos repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb)que estão em queda livre, bem como os do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS), que neste mês somaram R$ 2,7 milhões contra um esperado de R$ 5 milhões, refletem no pior mês de junho da história de Cabo Frio', declara o Secretário de Fazenda que já esteve a frente da pasta em Governos anteriores.
Secretário esclarece polêmica do desconto em folha
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Questionado sobre o não repasse dos descontos dos consignados dos aposentados e pensionistas aos bancos, Clésio Guimarães afirma que estão sendo negociados: 'Estamos negociando com os bancos. Com a queda abrupta na arrecadação, temos que priorizar o pagamento da folha e como o término de um pagamento tem coinscindido com o próximo, compromissos ficam represados. Já foi feita a reunião com o banco e já começamos quitar o que atrasou'.
Perguntamos também sobre os constantes atrasos nos pagamentos dos aposentados e pensionistas e se eles, pelo serviço prestado ao município e por serem do grupo de risco (em tempos de pandemia) não deveriam ser prioridade e o Secretário nos informa que quem pode falar sobre os aposentados é o Ibascaf.
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Sobre o atraso na folha de pagamento e possíveis, e necessários, cortes, Clésio afirma que tudo vai depender do ajuste da folha à nova realidade, mas que já foram feitos alguns cortes, mas insuficiente, precisando reduzir muito mais, mas isso foge a minha alçada, enfatiza o Secretário.
Rumores do seu pedido de demissão ganharam força na cidade nos últimos dias, sob a alegação de não estar aguentando mais a pressão do cargo: 'Eu tenho o desejo de deixar o cargo. Mas não seria próprio no momento mais difícil de Cabo Frio. Não vou deixar a Secretaria de Fazenda agora', responde.
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O Secretário de Fazenda faz um desabafo ao 'O Dia' e afirma que as pessoas que estão "de fora" acham que é fácil resolver os problemas financeiros sem recursos, ofendem, caluniam, difamam, que segundo ele, não aparece ninguém para ajudar, dar sugestões, mas reforça que nunca omitiu informações para ninguém.
Professor Universitário, administrador de empresas e Secretário de Fazenda de Cabo Frio, Clésio Guimarães acaba de lançar o livro 'A Bíblia e as finanças - o ambiente econômico da Bíblia' pela Sophia Editora.' O meu livro é algo bom neste momento tão difícil. Como falo na introdução, um sonho de muito tempo. Minha paixão é a economia, observei então que a Bíblia apresenta um "ambiente econômico". Com este foco fiz um passeio nos relatos bíblicos tabelando com o mundo atual e experiências próprias', afirma Clésio Guimarães, que no Livro traz uma releitura dos escritos sagrados com a perspectiva econômica, sua área de atuação e paixão.