Motoristas de aplicativo são proibidos de entrar em comunidade de Cabo Frio e da Região dos Lagos  - Imagem de internet
Motoristas de aplicativo são proibidos de entrar em comunidade de Cabo Frio e da Região dos Lagos Imagem de internet
Por Juarez Volotão
Cabo Frio - Uma proibição imposta pelo crime organizado e o tráfico de drogas aos motoristas de aplicativos tem causado indignação e dado o que falar em Cabo Frio e na Região dos Lagos. Segundo informações que circulam nos grupos de Whatsapp dos motoristas profissionais e pelas mídias sociais, e ainda os recados pichados nos muros de algumas comunidades, motoristas de aplicativos como Uber, 99 e particulares estão proibidos de circular ou entrar em certos bairros ou passarem pelos 'limites' estabelecidos pelos bandidos da localidade. Os tais 'limites estabelecidos' estão em avisos, tais como, 'Uber não entra, Só até aqui, Não entra uber, se não vai entrar na bala', nos muros dos bairros Manoel Corrêa e Monte Alegre em Cabo Frio e no Morro dos Milagres em São Pedro da Aldeia, comunidades controladas pela facção Comando Vermelho. 
Segundo um motorista de aplicativo da cidade, que preferiu não revelar a sua identidade por medo de represálias, isso está acontecendo por volta de umas 3 a 4 semanas e tem prejudicado muito o trabalho da categoria: 'Sabemos disso e temos recebido essas mensagens de proibições há semanas. Temos um grupo de whatsapp com mais de 100 motoristas de cidades da Região. Um companheiro nosso de trabalho mesmo, entrou em uma dessas comunidades e foi recebido a tiros, passando um sufoco e quase morreu', revela em anonimato. 
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Motoristas de aplicativos são proibidos de entrar em comunidades de Cabo Frio e Região dos Lagos - Imagem de internet
Um morador de uma dessas comunidades onde há a proibição de entrada dos motoristas de aplicativos nos revela que o motivo de tal proibição, segundo ele, é que policiais haviam entrado como ubers, realizando algumas incursões com veículos descaracterizados, com placas de ubers, prendendo numa ação um dos traficantes do bairro: ' A polícia invadiu a favela se passando por uber, prendeu um dos chefões e agora eles proibiram a entrada dos caras que só faziam o seu trabalho e acaba prejudicando todo mundo, quem trabalha e os moradores que precisam dos serviços', afirma em sigilo. 
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Segundo a Polícia Militar, o policiamento ostensivo do 25ºBPM (Cabo Frio) está nas ruas trabalhando pela sensação de segurança da população, pelo direito de circulação das pessoas nestas regiões citadas e para prevenir que práticas criminosas, como essa, ocorram na Região dos Lagos. Algumas ações do batalhão de combate à criminalidade também tem gerado a apreensão de materiais entorpecentes, gerando a revolta e perseguição por parte do tráfico: 'Tivemos uma apreensão no dia 13 de agosto de 3.464 cápsulas de cocaína e 230 tiras de maconha no bairro Colina, no município de São Pedro da Aldeia, feita a partir de denúncia e as drogas estavam acondicionadas em um saco plástico. No dia 10 de agosto, uma ação do batalhão resultou em 6.490 buchas de maconha, 2.100 pinos de cocaína, 3.639 pedras de crack, 700 frascos de loló, munições, quatro bases para rádios comunicadores e uma balança de precisão apreendidos em Porto do Carro, no município de Cabo Frio', salienta o 25ºBPM de Cabo Frio. 
'Não vamos pagar para ver. Não somos contra operações policiais em áreas dominadas pelo tráfico, mas desde que eles não envolvam uma classe trabalhadora, se caracterizando como nós e nos deixando em posição delicada em áreas de risco. Ate porque a polícia não nos dá segurança nenhuma para exercermos nosso trabalho nas comunidades', nos conta outro motorista de aplicativo em anonimato.