'Ele me machucou por fora e me magoou por dentro', conta o jovem catador agredido por um segurança na Caixa em Cabo Frio
Leandro Gerônimo Tiburcio é catador de reciclagens, tem 26 anos e mora no bairro da Ogiva
Por Juarez Volotão
Cabo Frio - O jovem agredido com dois socos no rosto e que teve o seu pescoço pressionado com o joelho pela abordagem de um segurança da agência da Caixa no município de Cabo Frio se chama Leandro Gerônimo Tiburcio, atualmente é catador de reciclagem e tem 26 anos. Ele é morador do bairro da Ogiva e conta, com exclusividade ao O Dia, que não era de hoje que o segurança tinha preconceito com ele: 'Ele sempre foi mal humorado e marrento. Quem frequenta lá sabe. Todos são marrentos, mas ele é demais. Ele tinha um preconceito contra mim, desde a época que eu trabalhei numa empresa da cidade, fui pegar a minha rescisão, fui receber meu auxílio e ele sempre grosseiro, me olhando torto e mau educado', afirma.
A confusão na agência bancária aconteceu, segundo o jovem catador que foi agredido, porque o segurança teria colocado algumas pessoas para dentro, passando na frente dos outros que estavam na fila: 'Eu falei umas verdades para ele, que ele tem que fazer o trabalho dele direito, decentemente, que não pode ficar passando os outros na nossa frente, só porque é conhecido dele. Ele ficou me olhando, me encarando. Perguntei o que ele estava me encarando e ele continuou', conta.
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De acordo com Leandro, quando chegou a sua vez de entrar na Caixa, o segurança o prendeu na porta e começou a fazer ameaças e o xingou de 'noiado'. Na discussão, o segurança o empurrou e os dois caíram em luta corporal: 'Quando ele me empurrou, eu parti para cima dele. A gente começou a embolar, eu imobilizei ele, os outros seguranças juntaram em mim e acertaram dois socos no meu maxilar, que eu caí na hora e logo em seguida, ele veio com o joelho no meu pescoço me enforcando', diz ele.
'Eu digo para esse cara. Aprende a ser mais humilde meu amigo. Além dele me julgar, ele me agrediu. Ele me machucou por fora, estou sem poder trabalhar, tendo ajuda do meu tio para tomar banho e me magoou por dentro', declara Leandro que fará corpo delito, prestará ocorrência e correrá atrás dos seus direitos, entrando na justiça contra a agência ou contra o funcionário que o agrediu, por agressão e racismo.
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O catador Leandro diz ainda que não deseja que o segurança seja mandado embora, mas que pelo menos receba uma punição da empresa que ele trabalha e que aprenda a ser uma pessoa decente e aprenda a tratar a todos decentemente e com respeito.
Segundo a Polícia Civil a vítima foi encaminhada para exame de corpo de delito: 'Os agentes realizam diligências para apurar as circunstâncias do fato", informou a Policia através de nota. A Caixa Econômica informa que o segurança foi afastado e afirma em nota que 'lamenta o incidente e informa que imediatamente após o ocorrido notificou a empresa responsável pela segurança para afastamento do profissional da prestação de serviços ao banco. Reforçamos que o atendimento nas unidades da Caixa tem como principais diretrizes o zelo, a presteza e a cordialidade, sendo realizado de forma justa e equitativa'.