O Dia- Por que o seu programa chegou ao fim na Rádio Ondas FM?
Juarez Volotão- No mês de outubro eu fui surpreendido com a triste notícia, através de uma reunião com a direção da Rádio Ondas, de que uma pessoa estaria interessada em alugar, comprar o meu horário. O horário das 13hs às 17hs pelo valor de R$7 mil reais. E que a negociação estava adiantada, e que a Rádio fecharia essa negociação, mediante as condições financeiras da Rádio. Foi o que eles alegaram.
Eu descobrir posteriormente, que se tratava de um inimigo meu da comunicação, e que isso é fruto de uma perseguição, que ele já tinha comigo desde a outra emissora. Eu já tinha um contrato com a Rádio Ondas, eles me proporam… fizeram uma proposta de mudar de horário. Eu poderia ir pro horário mais tarde e manter as características do programa. Eu pensei, avaliei e optei em não aceitar a troca de horário.
Primeiro, porque eu não aceito barganha e nem entrar nesse jogo do quem dá mais. Segundo, porque se trata de uma perseguição de um cara totalmente desqualificado e sujo. Terceiro, porque se eu aceito uma troca de horário, amanhã chega uma outra pessoa oferecendo mais por esse horário e eu vou pra qual horário? Pro horário da madrugada? E por último, achei um desrespeito. Já que eu tenho um contrato, tinha esse contrato vigente. Eu mudei pra Rádio Ondas para o horário das 13hs. Num horário, que não existia audiência, a Rádio não tinha nada. E eu particularmente levantei esse horário. Então, eu não aceitei essa troca imposta pela direção da Rádio de horário. E a falta de respeito com a qual eu fui tratado. E a falta de ética, já que existia um contrato e existia um trabalho feito do ‘Falando Francamente Com Você’ dentro do horário das 13hs. Não aceito entrar nesse jogo da barganha do quem dá mais.
O Dia- Você saiu da antiga Rádio Cabo Frio FM e agora da Ondas, qual aprendizado que fica pra você como profissional, pensando nessas duas experiências vividas no Rádio?
JV- Então, eu saí da Rádio Cabo Frio FM e hoje estou saindo da Rádio Ondas pelo mesmo inimigo e pelo mesmo problema, ou melhor, pela mesma pessoa que representa essa perseguição.
De aprendizado fica, que estou no caminho certo. Que eu nunca puxei tapete de ninguém, eu nunca apunhalei ninguém… eu sempre fui muito ético no meu trabalho, eu nunca visitei clientes de outros parceiros os assediando, ou fazendo propostas financeiras menores, no caso de patrocinadores. Eu nunca tentei aumentar o valor de pagamento pra tirar X ou Y do seu horário e pagar a mais pra eu tentar derrubar um concorrente.
Eu não me misturo com gente desse tipo e dessa estirpe, tanto que não aceitei ficar na emissora nesse jogo, nessa barganha. Fica um aprendizado de que aquilo, que eu aprendi na minha infância que é caráter, personalidade, palavra, postura, ética… eu carrego pra minha vida. E infelizmente no meio da comunicação em Cabo Frio-RJ, isso pouco existe. Porque essas ratazanas da mídia, que é quem eu chamo, estão acostumadas a esse tipo de jogo rasteiro. A esse tipo de golpe, a esse tipo de apunhalada. Mas, eu sigo num aprendizado, numa experiência de que aquilo que eu sou e conquistei com o meu público no ‘Falando Francamente Com Você’, nenhum inimigo tira.
O Dia- Ficou alguma mágoa com a direção da Ondas?
JV- Cara, eu não tenho mágoa de ninguém, tá? Nem dos meus inimigos, aqueles que eu conheço, nem daqueles que eu desconheço. Eu apenas saio de cabeça erguida e não olho pra trás, como eu fiz com a emissora anterior.
Foi um tempo muito gostoso na Rádio Ondas, eu sempre tive muita liberdade editorial. Trabalhei muito tempo com isso, porém fiquei chateado sim, triste pela falta de respeito e pela forma com que eles me trataram.
Por mais que eu entenda, que a Rádio por estar sucateada na questão técnica e precisa de investimentos, que eles não fazem e precisa de dinheiro. Mas, eles não me enxergaram como um parceiro, como eu enxerguei a Rádio. Eu fui pra lá e levei a parceria do ‘Dia’, levei clientes , levei credibilidade e audiência pro meu horário. Então, eu me senti desrespeitado, eu me senti usado, eu me senti descartado. Então, fica a tristeza. Mas, nenhuma mágoa da emissora, sensação de dever cumprido por ali e prosseguirei sem olhar pra trás, como eu faço em todos os meus projetos e trabalho.
O Dia- O que você quis dizer de fato no seu editorial de despedida do programa ‘Falando Francamente Com Você’ no Rádio, postado nas suas redes sociais?
JV- Meu amigo, eu quis dizer que é apenas um até breve. Eu não tinha outra maneira a não ser falar francamente com o meu público, eu precisava. Como eu ia explicar: por que o Juarez está saindo? Por que acabou o ‘Falando Francamente Com Você’? Foi uma decisão do Juarez? Foi uma decisão da Rádio? Por que, que a gente não foi avisado? Eu tenho uma relação de transparência com meu público, eu tenho uma relação de verdade. Eles me ouvem e sentem a verdade. Eles conhecem quem é de verdade e quem é de mentira. Então, eu não poderia agir diferente.
Eu simplesmente falei francamente acerca da minha saída, deixando tudo muito claro pros meus ouvintes da minha tristeza, da minha angústia, da minha decepção, do desrespeito que eu sofrir. Mas, também me despedindo do meu povo que é meu, isso ninguém me tira, nenhum inimigo, nenhuma emissora, nada. E deixando uma mensagem de esperança, de um até breve. Que ano que vem o ‘Falando Francamente Com Você’ estará em nova sintonia, juntinho.
Aquilo que a gente conquista, a gente carrega. E o time do Volotão, os nossos ouvintes são meus.
O Dia- Você também saiu da TV, por quê? Pretende retornar pra televisão e pro Rádio no ano que vem?
JV- A questão da saída da TV, que é algo que eu também amo. Foi uma questão de tempo. Como o ano de pandemia me trouxe muito trabalho, o produto ‘Falando Francamente Com Você’ de Rádio cresceu muito em audiência, em credibilidade e retorno. Isso acabou me demandando muito trabalho e tempo pra eu me dedicar as pautas diárias do programa. Com isso ainda veio o ‘Jornal O Dia’, que eu faço e escrevo Cabo Frio-RJ e Armação dos Búzios-RJ. Então, eu precisei no momento de acordo com a minha agenda, me adequar e cortar a Televisão pelo menos temporariamente. Foi apenas isso.
Pretendo sim, ano que vem, 2021, a gente tira um descanso agora, é apenas um até breve. Depois das minhas férias, a gente pretende retomar o ‘Falando Francamente Com Você’, Rádio, em nova sintonia. E TV retornar com uma nova roupagem, com uma nova cara e com uma nova pegada. Porque eu tenho uma história na TV e sou apaixonado pelo o que eu faço.
O Dia - Têm projetos futuros, que você possa dividir com o público nesse momento?
JV- Tem muita coisa boa vindo. Tem muita coisa melhor pra acontecer, mas no momento… é um momento ainda de despedida. Eu queria me despedir do meu povo, mas deixando eles muito tranquilos com a certeza e a firmeza do quase olhar no olho, mas do falar francamente que a minha voz chega aos ouvintes, de que é apenas um até breve.
Mas, podem ficar tranquilos que Deus é fiel. E que todo esse carinho, todo esse amor, todas as mensagens recebidas, tudo o que o povo tem para com o Juarez Volotão e a quem eu tenho muito respeito, e por isso eu sempre os trato com muita transparência. Por isso a despedida com total transparência.
E que quando acontecer, no momento certo, todos ficarão sabendo. E os primeiros a ficarem sabendo serão é óbvio, o time do Volotão, todos os meus ouvintes,
telespectadores e leitores.
O Dia - O que a gente não perguntou, que você gostaria de responder?
JV- Quando eu falo inimigos, muita gente pode falar assim: “Poxa, eu não tenho inimigos.” Duvido! Todos têm inimigos. E eu tenho orgulho dos amigos, que eu conquistei em Cabo Frio-RJ, na minha Terra Prometida, que são vários, inúmeros, inclusive os meus ouvintes.
Mas, eu também me orgulho dos inimigos que eu conquistei. De cada um deles, que eu conheço e daqueles que eu desconheço. Por quê? Porque eu não sou, isso prova, igual a eles. Nunca serei. Eu nunca agirei como eles, eu nunca me assentarei com eles, eu nunca tomarei café com eles, então eu me orgulho demais de todos os amigos que eu conquistei. Mas, também de todos os inimigos que eu conquistei.
E se um jovem de 35 anos conquistou, já alguns inimigos ao ponto de ser perseguido em duas Rádios como foi, pela mesma pessoa inclusive, e tal. É porque o trabalho incomoda, chama a atenção, repercute, rende e a prova disso maior, gratidão, são os meus ouvintes que são muitos, que são inúmeros.
O Dia- Qual a mensagem, que você quer deixar para o leitor(a) do Jornal O Dia?
JV- Esse ano de pandemia a gente passou o ano junto, informando sobre covid-19, sobre as dificuldades, sobre as questões financeiras, o colapso, o abandono, as eleições, foi um ano de muito trabalho. Um ano de muita tristeza, de muita decepção, inclusive essa, do fim do ‘Programa Falando Francamente’ temporariamente.
Mas, eu quero deixar uma mensagem de esperança, eu quero deixar um feliz ano novo para todas as famílias e um excelente 2021. E que mesmo em momentos, que eu cheguei na Rádio, principalmente nesses 2 últimos meses, em que eu não queria estar mais ali. Pela chateação, pelo desapontamento, eu pensei sempre nos meus ouvintes, eles precisam de mim. Eles precisam da minha mensagem de esperança, eles precisam do meu ânimo, eles precisam da minha alegria e assim eu farei até o último dia de programa.
Saio de cabeça erguida com a sensação de dever cumprido, mas eu quero desejar a todos um Natal maravilhoso e um 2021 de muito, de tudo de muito melhor do que 2020. E repito: é só um até breve. Coisas grandes e melhores estão por vir. Continuo crendo, continuo com muita esperança, continuo amando cada leitor, cada ouvinte, cada telespectador e continuo esperando o dia de voltar pra falar francamente com você.
E claro, confesso, já estou com muita saudade. Porque eu sou um apaixonado pelo meu programa, pela minha missão que é o jornalismo e pelo meu povo.