O menino do dedo verde - Divulgação
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Você se lembra do livro 'O menino do dedo verde', de Maurice Druon? Uma obra-prima no dizer de D. Marcos Barbosa, o tradutor. A tradução desse monge beneditino concluiu que certas obras não transcendem apenas as fronteiras dos países, mas as das idades. Dirigidas aparentemente aos adultos, nem por isso deixam de dar seu recado às crianças, inclusive a que sobrevive em nós.

Ao me deparar com o nome de D. Marcos Barbosa no livro, meu pensamento voou feliz para o início da década de 70, quando trabalhava na rádio Jornal do Brasil AM e tinha oportunidade de ver D. Marcos gravar seu programa matinal. Alegria pura e sabedoria sutil.

Essa lembrança me acompanhou na leitura do livro. Cito um trecho no início da história, na página 6, que mostra como pensa o personagem principal, Tistu. "Se só viemos ao mundo para ser um dia gente grande, logo as ideias pré-fabricadas se alojam facilmente em nossa cabeça. Essas ideias, pré-fabricadas há muito tempo, estão todas nos livros. Por isso, se a gente se aplica à leitura ou escuta com atenção os que leram muito, consegue ser bem depressa pessoa importante, igual a todas as outras. Mas quando a gente veio à Terra com determinada missão, quando fomos encarregados de executar certa tarefa, as coisas já não são tão fáceis. As ideias pré-fabricadas, que os outros manejam tão bem, recusam-se a ficar em nossa cabeça: entram por um ouvido e saem pelo outro. Causamos assim muitas surpresas. Primeiro, aos nossos pais. Depois, a todas as outras pessoas grandes, tão apegadas às suas benditas ideias!"

Tistu nos convida a uma vida mágica, que D. Marcos tão bem traduziu! Vamos!

Fernando Mansur é radialista, escritor e professor. Graduado em Letras pela Universidade Católica de Minas Gerais (Ponte Nova). Mestre e doutor em Comunicação pela UFRJ. BLOG FM_FERNANDO MANSUR

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