Esta é uma boa pergunta, que dá margem a diferentes respostas e novas perguntas. O "estamos" é formado por um conjunto de "estou". Muitos "estou" resultam num "estamos". Mas num mundo tão diversificado, com tantas culturas e interesses diferentes, quem deixaria de atirar a primeira pedra?
Nessa nova equação entrariam o "eu-meu" e o "eles-deles". Aqui, sequer haveria espaço para o "Nós". O que isso tem a ver com a situação de uma sociedade? E, principalmente, o que tem a ver "comigo"? Quando se trata de agir com altruísmo, o "eu" deixa a tarefa para "eles".
A princípio, "eu" estou certo. O que faço não teria consequências significas. Então, jogo o papel no chão. O papel é pequeno e ninguém está vendo. Se eu me tornasse poderoso e tivesse a mesma mentalidade, eu poderia jogar uma bomba sobre uma cidade. O que difere, de fato, uma pessoa da outra? É o que ela traz dentro de si.
Não basta ser inteligente, se o coração não estiver presente. É o coração que nos dá a perspectiva do todo. Como nos sintonizar com o coração e diminuir a carga de egoísmo que assola o planeta? Existem no mundo "semeadores de incômodos", gente que nos leva a pensar fora da prisão dos condicionamentos.
Você conhece a história do elefante que desde pequeno era amarrado a um poste com um barbante? Ele cresceu, ficou forte, mas continuou amarrado ao barbante. Tinha sido domesticado. O mesmo acontece conosco. Como sair dessa? Será que estamos dispostos a pagar o preço de romper com o barbante? Como saber? Há tanto a aprender! Podemos. Vamos!
Fernando Mansur: Radialista. Escritor. Professor. Graduado em Letras pela Universidade Católica de Minas Gerais (Ponte Nova). Mestre e doutor em Comunicação pela UFRJ. BLOG FM_FERNANDO MANSUR
