Por Fernando Mansur
Viver nossa vocação é uma forma de viver com arte. Quando encontramos nossa maneira de atuar no mundo, tudo deve fluir naturalmente. Para que serve o músico? Para tocar seu instrumento. Se ele para de fazer isso, sua vida perde o sentido. Mais tarde, com idade avançada, pode ser que ele tenha que reduzir seu ritmo de atividades, mas continuando a fazer o essencial: tocar. Se abandonar sua atividade, as pessoas perderão o melhor dele.
Podemos fazer a mesma analogia com outras profissões. Certas pessoas vocacionadas quando se aposentam param de fazer o que deveriam. Por um momento querem dar um tempo. E têm razão em querer isso. Porém, nem tudo se dá como queremos. A vida pode ter outros projetos para nós.
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Nisso, nossa arte está em saber o que fazer e como fazer para seguir o fluxo dos acontecimentos que a existência nos propõe. Intuição, discernimento, boa vontade, flexibilidade. Não fuja de seu sonho, não se aposente para a vida. Mesmo institucionalmente aposentado, seu conhecimento não pode ser desperdiçado.
Veja ao redor as necessidades cada vez maiores de quase todos. Unida ao nosso sonho, nossa vocação faz sentido e diferença. Nossa aldeia é nosso universo. Se você fez planos que vão precisar ser alterados, aceite isso como uma nova oportunidade de crescimento e expansão da consciência. É para isso que nascemos: ser uma peça útil na engrenagem do planeta.
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Continue sendo bom no seu instrumento. Foi para isso que você se esforçou. Não abandone o jogo no momento exato em que a torcida pede a sua presença. Hoje você não precisa jogar os 90 minutos da partida, mas pode dar passes maravilhosos e colocar seus parceiros (amigos e filhos) na cara do gol. Chutar é com eles. Façamos nossa parte. Vamos!