bispo12junARTE PAULO MÁRCIO

Desânimo é a ausência de ânimo, um estado psicológico ligado à vontade, aos pensamentos e aos sentimentos. Etimologicamente, essa palavra, no latim, origina-se de “animare” – dar alma, movimento, vida – e, quando precedida pela partícula DES, está expressando, a grosso modo, inexistência; logo, desânimo significa “ausência de alma”, falta de vida.

Essa falta de energia, muitas vezes, é confundida com preguiça. No entanto, é fundamental compreender que existe uma diferença entre o desânimo e a preguiça. Diferença esta que se distingue na qualidade dos pensamentos envolvidos. A preguiça é uma condição momentânea, qualquer um pode ter momentos em que não sinta vontade de fazer nada.

O desânimo envolve pensamentos que questionam o sentido da vida, é mais intenso e demorado. É um desalento capaz de durar dias; podendo ser sintoma de algum transtorno emocional. Uma pessoa pode estar desanimada por inúmeras razões: sendo uma reação de estresse, ou simplesmente, sem nenhum motivo aparente, ir perdendo o gosto de viver; podendo se tratar de hábitos que fazem parte do repertório particular do sujeito, tais como excesso de expectativas e procrastinação.

Pessoas que idealizam demais tendem a mergulhar em períodos de desânimo com muita facilidade, pois, embora criar expectativa por algo seja saudável e necessário, o exagero gera desgaste e pode adoecer. Quem age assim, costuma conceber situações, relacionamentos e pessoas ideais.

Na sua imaginação, tem tudo para ser perfeito, porque ela faz a parte dela. No entanto, nem sempre o outro, ou o mundo consegue atingir essa expectativa criada. Portanto, colecionam decepções e, aos poucos, vão se frustrando com a vida. Pessoas frustradas, inevitavelmente, se sentem desanimadas.

Têm aquelas pessoas que adiam tudo e, quando se dão conta da quantidade de coisa que ficou sem fazer, se desesperam e não sabem por onde começar. Não é um mero atraso de tarefas, ou adiamento de compromisso, o procrastinador adia projetos, sonhos, decisões, enfim, posterga a própria vida. A consequência é um ciclo de desânimo que a pessoa não sabe como se desvencilhar, pois, quanto mais alimenta expectativas, mais sem forças fica.

Para enfrentar o desânimo, comece observando cuidadosamente o que o faz mergulhar nisso, se são períodos longos ou curtos e, principalmente, se são reações a situações adversas ou se, simplesmente, surge através de pensamentos intrusivos. Depois, estabeleça metas de acordo com suas possibilidades; planejando um dia de cada vez sem esquecer de definir objetivos a longo prazo. Planejar a vida é uma forma de prender a mente em tarefas, e, mantendo o cérebro ocupado, a pessoa previne a ociosidade que é uma das causas que leva ao desânimo.

Jesus disse que, no mundo, teríamos aflições, porque ninguém é capaz de se isentar delas. Jesus também nos incentivou a ter bom ânimo para enfrentar cada uma delas (Jo.16.33).

A certeza que a fé produz é poderosa para melhorar os pensamentos e produzir esperança; encaminhando a pessoa a encontrar sentido na vida. Não permita que o desânimo te vença. Independentemente das circunstâncias difíceis, Deus tem um bom plano para resolver tudo.
“Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que esperais”, Jr 29.11. Deus abençoe a tua semana.
Bispo Abner Ferreira