Na Biosfera dos Elefantes o acesso dos visitantes será por meio de túneis e aquários - Imagens ilustrativas/Divulgação
Na Biosfera dos Elefantes o acesso dos visitantes será por meio de túneis e aquáriosImagens ilustrativas/Divulgação
Por MARIA INEZ MAGALHÃES

Bichos soltos, humanos 'presos'. O RioZoo, vai virar um bioparque com o conceito de enclausuramento inverso com ambientes mais próximos possíveis do habitat natural dos animais por onde as pessoas vão circular em túneis, passarelas e barcos. E as obras começam hoje, Dia Mundial do Meio Ambiente, com a demolição simbólica do recinto de aves aquáticas, espaço de cerca de 200 metros quadrados, daqui a pouco, às 9h, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão.

Durante esse tempo, o Jardim Zoológico abrirá ao público sexta, sábado, domingo e feriado, com algumas interdições. As obras vão custar R$ 65 milhões, os investimentos são 100% privados e vão durar dois anos. A estimativa do Grupo Cataratas, responsável pelo zoo, é de que 1,3 milhão de pessoas por ano visitem o espaço após as obras.

Recinto de aves aquáticas foi demolido ontem para início das obras - DIVULGAÇÃO

"Essa demolição é muito simbólica porque acontece no Dia Mundial do Meio Ambiente e marca a adoção do conceito de enclausuramento inverso, ou seja, saem as grades e entram recintos abertos, as biosferas, com integração de espécies e uso de barreiras naturais. No Novo RioZoo, os visitantes circularão por túneis, corredores e passarelas e os animais ganham espaços mais abertos e bem-estar", explica presidente do Grupo Cataratas, Bruno Marques, empresa responsável pelo zoológico.

Na Biosfera das Aves, com cerca de três mil metros quadrados, haverá mais de 100 espécies - Imagens ilustrativas/Divulgação

As melhorias, que envolveram estudos, treinamento e planejamento, foram programadas por mais de um ano e acompanhadas por integrantes do IBAMA e pela Associação Brasileira de Zoológicos e Aquário do Brasil (AZAB)

Nova estrutura tem Savana de 12 mil metros quadrados

Seis grandes biosferas representarão ecossistemas, como Floresta Tropical, Savana Africana, Biosfera das Aves, entre outras. Toda ambientação se aproximará ao máximo dos habitats naturais das espécies. Com isso, o RioZoo irá melhorar a experiência para o visitante e proporcionará também um ambiente adequado para o seu plantel.

No novo projeto, o passeio começa pela Biosfera das Aves, um grande viveiro com cerca de três mil metros quadrados, que reunirá mais de 100 espécies, divididas em três biomas: Mata Atlântica, Pantanal e Psitacídeos. Para os visitantes mais aventureiros, há também a opção de um circuito de arvorismo dando a sensação de se estar em uma verdadeira floresta tropical.

Seguindo o trajeto, o visitante chega à Biosfera dos Répteis e Insetos, ambientes com rica vegetação onde se vê tartarugas, cobras e jacarés.

E os felinos e caninos também terão um espaço grande dedicado a eles com mais de 7 mil metros quadrados com leões, onças, tigres e lobos guarás onde o visitante é que ficará enclausurado observando tigres e leões através de grandes túneis de vidro, uma aventura inesquecível!

Visitantes poderão alimentar as girafas

Os maiores animais terrestres poderão ser observados nadando em grandes tanques cujo acesso se dará por mirantes e por meio de túneis e aquários de acrílico na Biosfera dos Elefantes com 6 X 2,5 metros. O espaço terá quedas d’água, além de passarelas com visão 360 graus para o público. Ursos e animais marinhos também terão seus espaços com lagos e tanques transparentes. O balé aquático dos pinguins é uma experiência que promete.

Na área da Savana visitantes poderão alimentar as girafas. - Imagens ilustrativas/Divulgação

A Fazendinha continuará sendo um local de educação, onde as crianças terão contato próximo com os animais. É lá que se aprende de onde vem o leite e os ovos que fazem parte da alimentação da garotada, sempre com acompanhamento da equipe de monitoria do zoo e uma estrutura ainda maior.

Na área de savana, que substituirá a atual Passarela da Fauna, o público poderá participar de um safári cujo percurso é feito em um rio artificial com 400 metros de extensão percorrido por barcos. Esse bioma terá espécies como zebras, gnus e girafas — que poderão ser alimentadas pelos visitantes.

O parque ganha também nova área gastronômica, a Vila de Alimentação, playground, praças e áreas de circulação.

Crise e abandono

As nova estrutura do RioZoo acontece seis anos depois do Ibama encontrar irregularidades no local. Desde 2012, o local recebeu notificações para se adequar de acordo com o determina a lei. m outubro de 2016, a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e vereadores fizeram uma visita ao Zoológico do Rio e encotraram diversas irregularidades, como animais machucados, instalações precárias, larvas de inseto nas águas e falta de manutenção e o local chegou a ficar fechado. Logo depois, o Grupo Cataratas ganhou a licitação para operar o RioZoo. A escolha da empresa chegou a parar na justiça sob alegação de irregularidades no processo de licitação, mas a justiça deu ganho de causa ao grupo.

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