Pequena LoDivulgação
Olha, eu acho que as duas coisas são interligadas. Eu aprendi muito com o meu curso de Psicologia desde quando eu entrei na faculdade, isso em 2015, na mesma época que eu comecei os meus vídeos. Foi também quando eu comecei a me conhecer mais, a conhecer essa parte do humor que eu já fazia e fui aperfeiçoando até conseguir ver qual era o meu limite e qual era o meu perfil que gera empatia e identificação para quem me assiste.
Então... desde criança eu era muito observadora. Nas rodas dos meus amigos, quando nós saíamos, sempre tinha um momento que eles pediam para eu contar história como se fosse uma amiga que eu imitava. Imitava a voz, os trejeitos. Eu conseguia observar isso nas pessoas antes mesmo de fazer o curso. Como eu falei antes. As duas coisas são interligadas para mim. Por exemplo, eu tenho que analisar a minha mãe para poder colocá-la no vídeo. Analisar uma situação do cotidiano e colocar numa história.
Foi uma experiência muito boa e eu aprendi muitas coisas. Mesmo eu tendo a minha deficiência, eu morava com amigas em um apartamento eu aprendi que eu podia lavar louça, conseguia varrer a casa mesmo com as muletas, limpar o meu quarto... Eu fui me adaptando, fui fazendo as coisas que eu não fazia em casa. Eu vi que eu conseguia fazer tudo. Era uma questão de adaptação. Eu precisava sair de casa. Saí de casa com 17 anos, fui para Uberlândia e depois para Uberaba. Foram duas cidades, foram experiências diferentes. Foi muito enriquecedor e eu pude conhecer os meus limites.
Quando comecei, eu estava me conhecendo também na internet, buscando saber quais os conteúdos eu queria fazer e descobrir qual seria o perfil que eu iria gostar e o meu público também. Demandou algum tempo. Fui aperfeiçoando aqui e ali. A cada ano, eu fui vendo o caminho que eram os vídeos sobre o cotidiano. Como eu era uma pessoa muito observadora desde criança, pude colocar isso em prática. Vi que eu poderia fazer personagens de mãe, tia, avó e amigas. No final de 2019, comecei a fazer situações das minhas amigas e situações que eu mesma vivi e muitas pessoas começaram a se identificar. Aí eu vi que era por ali.
Com certeza ainda existe preconceito. Os olhares nas ruas, eu não consigo ver tanto nas ruas porque, hoje, eu sou conhecida. Mas vejo pelos meus seguidores que no início quando falavam de mim, falavam 'A Pequena Lo, aquela que anda de muletas'. Falavam pela minha condição e não o que eu fazia. Hoje, eles já falam 'A Pequena Lo, aquela criadora de conteúdo, a psicóloga'. Isso é legal, essa evolução de como as pessoas se referem a mim. Só que eu acho que o preconceito está muito longe de acabar. A inclusão ainda tem muito a melhorar na nossa sociedade, mas consigo ver pequenas mudanças. Vejo mesmo. Eu costumo falar que, hoje, eu sou bem tratada porque sou conhecida, mas eu já passei por várias situações. Já passei por situações em lojas. Já teve uma vendedora que não quis me atender porque achava que eu não conseguia escolher uma roupa e agora isso não acontece. É legal? OK. Mas eu fico triste. Eu acho que a pessoa merece respeito sendo famosa ou não.
Ela é uma síndrome rara, que não foi descoberta. Se nomeia como displasia óssea, mas existem inúmeras displasias, mas o nome específico não foi descoberto. Não se sabe a quantidade exata de quantas pessoas têm essa síndrome no mundo justamente porque nada foi descoberto. Eu comecei a estudar e pretendo voltar a fazer um estudo genético. As coisas estão evoluídas e acredito que eu possa encontrar as respostas. Ter uma conclusão.
Eu quero viajar para fora do Brasil, o que eu nunca fiz. Eu tenho medo de avião, mas eu quero viajar. Eu quero levar a minha mãe e meu pai numa viagem bem bacana.
Eu acho que já consegui dar muita voz nesse período que as pessoas passaram a me conhecer mais, esse período de viralização do meu conteúdo. Foi importante ter saído na 'Forbes' americana e ter sido capas de duas revistas bem nomeadas, que levam informações para muitas pessoas. Ser uma pessoa com deficiência e ser capa de revistas conceituadas é um passo muito grande, é uma representatividade. Até mesmo nos meus vídeos de humor existem uma representatividade, uma mensagem ali que cada pessoa interpreta de um jeito. Eu já consigo ter essa voz, mas o preconceito ainda existe e está longe de acabar. A acessibilidade ainda precisa melhorar muito, mas algumas coisas já foram alcançadas.
Mentira. Eu odeio mentiras.
Eu sempre gostei muito de aparecer (risos). Eu tenho um vídeo do meu aniversário de três anos que ali já dava para perceber que eu gostava de uma câmera. Eu sempre gostei de contar piadas, gostava de interpretar e de improvisar. Eu tinha essa meta, tinha isso na cabeça, mas não sabia exatamente que queria ser atriz ou humorista. Isso era confuso na minha cabeça. Mas, quando eu comecei a fazer os vídeos, eu percebi que era isso porque no final das contas, eu estou encenando. Tenho vontade de ser atriz, mas a maior vontade agora está na apresentação no meu IGVT. E eu quero ir para a televisão.
A religião que eu mais admiro é espiritismo e com a vivências que já tive e eu gosto muito. Já li vários livros e gosto dessa coisa de ajudar o próximo, do amor e do respeito. Eu tenho muita vontade de estudar mais sobre o assunto, me informar mais.
Da minha família e da minha saúde mental. Eu acho que você pode ter tudo, pode ganhar muito dinheiro, mas se não tiver bem, não estiver com a cabeça legal, você não consegue aproveitar nada.
A Robertinha não é a Pequena Lo. Ela é uma personagem que eu criei que eu imaginava que seria um sucesso e acabou virando uma rotina de todas as sextas-feiras. Eu queria uma personagem que fosse curta, grossa e sincera com as pessoas. Ela não é polêmica, não magoa as pessoas. Ela vai no ponto. Já a Bruninha é uma personagem que sou eu quando estava na faculdade (risos). Baladeira, que não quer saber de nada, mas ao mesmo tempo quer saber de tudo. Responsável, mas aproveita a vida, quer sair para se divertir. Eu fui assim nos tempos da faculdade. Bruninha sou eu no passado.
Foi muito legal e a minha primeira experiência que eu tive como co-apresentadora. Gravei com ela todos os dias e nós nos tornamos amigas. Eu fiquei muito feliz por ela ter me convidado para participar do programa e eu acredito que a galera vai gostar. Tem humor, tem música, mas tem papos sérios e eu falei também coisas da minha vida pessoal.
O 'Fast Show' é uma realização e como eu já te falei que eu quero ser apresentadora, está sendo uma experiência para eu aprender mais, me aperfeiçoar nesse campo de atuação.
Eu sou muito vaidosa. Eu tenho que fazer as unhas todas as semanas, tenho que fazer o cabelo todas as semanas mesmo que eu não saia ou não tenha nenhuma compromisso. Sempre fui e é uma questão de amor próprio, de eu estar sempre em primeiro lugar pra mim mesma. Tenho que me amar para poder amar o outro, né? Toda semana eu tenho que ficar uma boneca.
Sinceridade, companheirismo e confiança.
Não. Estou solteira e soltinha que nem arroz (risos).
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