Mateus SolanoRicardo Penna/Divulgação
O teatro sempre esteve no meu coração desde que meus pais me levavam para assistir até quando comecei a fazer sucesso nas aulinhas de teatro curriculares no colégio. Já com 14 anos eu sabia que era isso que eu queria fazer ! A história do 'Plano B' vem depois quando a gente começa a ver que é difícil sobreviver do teatro nesse país. Eu já estava quase procurando outros planos dentro da profissão, como professor de teatro ou dublador, quando começaram a surgir trabalhos que me permitiram sobreviver das artes cênicas.
Apesar de me considerar um ator de teatro que entrou na TV e, portanto, fazer sucesso na televisão nunca tinha feito parte dos meus objetivos de carreira, claro que é inevitável se sentir na 'crista da onda' quando se emenda dois trabalhos tão potentes quanto o Ronaldo Bôscoli de 'Maysa' e os gêmeos de 'Viver a Vida'. Os anos de 2009 e 2010 foram muito especiais por conta desses trabalhos, sim.
Félix foi um caso e amor tórrido entre o público e ao personagem. A gente nunca espera um sucesso desse tamanho, mas acho que foram ingredientes muito certeiros, especialmente cozinhados pelo autor Walcyr Carrasco, com a direção o Maurinho Mendonça e a minha interpretação, que eram um molho bacana. Félix falava com muita liberdade e muito humor da maldade que temos dentro de nós: a vontade de falar do outro, de julgar, de apontar o dedo para outro e também da redenção dessa mesma maldade. Portanto, foi um prato cheio.
Essa história do galã me intrigou desde o início. É uma gaveta na qual colocam alguns atores e eles não conseguem sair depois. Graças a Deus, na Globo, desde o início me foram dados personagens ricos e que vão muito além do homem bonito e cobiçado. Intrigante também foi responder a uma pergunta parecida quando fui fazer o Félix: 'Como é fazer um personagem gay depois de fazer tantos galãs?'. Respondi: 'Não sabia que gay não podia ser galã e vice-versa'.
Nossa! Gostaria de fazer qualquer personagem num remake de 'Que Rei Sou Eu'. Mas tinha que ser remake mesmo. A novela tocava na ferida do brasileiro e nos pontos da política, do que acontecia na época com José Sarney. Para mim fazer um 'Que Rei Sou Eu' ambientado nos dias de hoje seria impagável.
Não ter perdão não tem perdão para Mateus Solano.
Se eu tivesse algum cargo na política que tivesse como função a preservação da natureza, eu primeiro ia fazer com que funcionassem as dezenas de órgãos que existem para proteger a natureza, para fiscalizar a proteção da natureza, para multar quem não protege a natureza e que, simplesmente, estão aí. Elas existem. Botar para funcionar o que deveria funcionar nesse país já seria um grande feito.
Como defensor o meio ambiente e ao mesmo tempo uma figura popular, fico com a tarefa ingrata de chamar a responsabilidade para o cidadão, ao invés de ficar esperando do governo e das empresas as atitudes sustentáveis. Meus próximos projetos - quando tiver tempo - serão de acompanhar um dia na vida do gari do material reciclável (coleta seletiva). Penso também em num projeto com pessoas famosas em seus banheiros com #praondevaiomeucocô no intuito de chamar a atenção para o problema do saneamento básico que, em nosso país, continua a ser tratado como se estivéssemos na idade média.
Não costumo me imaginar tão lá na frente, no futuro. Também tento não ser prisioneiro do passado. Viver o presente é um aprendizado constante.
Meu personagem é o Guilherme, o melhor cirurgião cardíaco da América Latina. Um homem muito autocentrado, controlador, machista e que, portanto, tem muito a aprender e a melhorar durante a novela.
A expectativa é imensa! Porque fazer uma novela de 161 capítulos sem ter 'diálogo' que uma obra aberta costuma ter com o público que assiste é uma loucura. Estamos trabalhando praticamente no escuro, já que nossa arte depende desse retorno popular.
Tenho mania de comer pimenta. Quanto mais forte, melhor.
Eu gostaria muito de ser apresentador num programa sobre ecologia. Viajar o Brasil e o mundo atrás das maravilhas da natureza.
Nunca pensei em morar fora e sinto muita falta dos amigos e familiares que foram tentar a vida lá fora.
Só me conhecendo para saber.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.