Por O Dia

Esquecemos do papel higiênico? Até da geosmina! Difícil entender as ordens das autoridades desse imenso e complicado país. Fiquem em casa, com o comércio fechado, com os bancos abertos, com ônibus cheios, trens vazios, metrô mais ou menos, e bares bombando. Lei Seca ou Molhada? Ministro manda fazer parceria com traficantes e milicianos, político-miliciano dizendo que vai pra rua matar o vírus e algo mais, e praias vazias pela ressaca e pelo frio (se o sol e o calor voltarem...).

Falta equipamento para o pessoal da saúde, a China não entregou material encomendado (o Trump tomou todo o material na marra e na força), mais comércio fechado, mais comércio aberto, falta álcool em gel, tem álcool em gel falsificado, máscaras somem do mercado e costureiras vão improvisando e não faltam fake news para complicar mais ainda.

Carros voltam às ruas, filas em todas as cidades grandes, comunidades resistem sem água, esgoto, comida, confinamento, comércio ilegal, tiros e drogas. Colegiais, estudantes, universitários sem aulas. Abre comércio, fecha o bazar, abre o restaurante, fecha a boca (ih, isso ainda não), distribui comida e detergente. Soltam os preso velhos, prendem os presos novos?

Liberaram a hidroxicloroquina. Antes, não. Mas vamos aplicar o remédio nos pacientes mais graves e os quase mais graves. Dá arritmia, mas, sei lá, tá dando quase certo. Fecham as fronteiras e as divisas estaduais. Abrem as divisas... Fecham os municípios mas, de carro particular, pode ir e vir. Ufa, tem sabonete sobrando nos mercados.

Idosos são quase criminosos. Jovens, não. E os "intermediários" (balzaquianos)? Trabalhem em casa. Pô, isso para quem tem casa e trabalho... Agora, amigas e amigos, as mais novas filas do país são dos brasileiros que estão com CPFs problemáticos. Sem o documento em dia, não recebem o auxílio de R$ 600. Como deixamos tudo pra bem depois... Igual à biometria do TRE.

Ih, lembrei que tem muita gente que nem tem certidão de nascimento. Lembrei da prova de vida dos aposentados (em época de morte). Caramba, quase esqueci da cerveja contaminada de Minas Gerais. E da água, suja, no Rio de Janeiro. Tomara que nossa safra de cana de açúcar, alegria dos engenhos, garanta a produção de álcool.

Ronaldinho Gaúcho ganhou recurso jurídico e está, com o mano Assis, em prisão domiciliar em hotel no Paraguai. Será que no hotel tem campo de futebol? Mas, futebol com apenas dois jogadores? Lá tem máscara para proteção? Eles já fizeram algum teste médico? Podem receber visitas? Tão com saudades do Brasil? Saudade?

Ih, lembrei da Serra da Saudade, em Minas Gerais. Lá moram quase 800 habitantes, o município com menos habitantes do Brasil. Resolvi conferir e soube que a Covid-19 não chegou por lá. Nem tem caso suspeito. Mas o comércio e a escola tão fechados. Não há festas e nem aglomeração. Todos recolhidos, respeitando a ordem do prefeito. Gente do interior é obediente e ordeira. A cadeia, se é que tem por lá, deve estar cheia de teias de aranhas.

Jurei que ainda vou lá conhecer a cidade. Quero curtir o lugar, tirar fotos na beira do Rio Indaiá, afluente do Rio São Francisco, e postar as selfies no FB. Tem quase 100 anos que não bebo leite. Mas, lá, faço questão de provar o leite in natura, tirado na hora, quentinho e gorduroso, sem aditivos e muito menos pasteurizado.

Vou levar os netos de sangue e, se possível, os postiços. Ah, lá tem wi-fi gratuito e os shoppings não chegaram. O céu é mais estrelado, ninguém precisa de filas e o posto de saúde tá funcionando. Eu confirmei todas essas dicas. Bem, só falta eu escapar do vírus.

 

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