Por O Dia

Enganador, dissimulado, venerado na China, porém mortal no mundo! É um inseto. Mas a descrição pode ser comparada a uma determinada pessoa que está no noticiário policial, pelo menos desde junho de 2019. E, juro, que não é trocadilho. Ah, a pessoa é religiosa e representante do povo, entre outras atividades. Mataram (!) a charada?

Vou dar mais pistas: o bichinho, que pode chegar a ter até uns 15 ou 17 centímetros de comprimento, tem uma característica terrível e fenomenal: após o ato sexual, a fêmea devora a cabeça do macho. Então, o que acham? Parece alguém que, diante desse mórbido costume, fez igualzinho na madrugada de 16 de junho, em Niterói?

Uma declaração da acusada, à Polícia Civil, me levou até a morte do marido — neste caso, o macho — dela: "Fizemos amor sobre o capô do carro, em um local ermo, pouco antes de voltar para casa". Quando o casal chegou em casa, aconteceu o assassinato. Coincidência? Bem, agora já sabem quem são os insetos...digo, os personagens. O inseto em questão, que me desculpe o mundo animal, é o louva a deus. Os personagens: bem, a pastora e o pastor...

Mas, confesso, que fiquei preocupado, e muito, porque os policiais que investigam a morte do marido, ou macho, não encontraram evidências do ato de amor que teria precedido a morte. Então, minha tese do inseto poderia não existir. Mas, e a declaração da fêmea? Não vale nada? A acusada já apresentou tantas histórias sobre, antes, durante e depois do desfecho do caso que Agatha Christie, a inglesa rainha dos mistérios criminais, teria material para mais três livros. E os relacionamentos dos envolvidos na casa que parece uma república de jovens, deixariam Nelson Rodrigues, nosso taumaturgo-mor, rubro e um pouquinho envergonhado. Coisas da vida, e da morte.

Mas acredito que possamos fazer outras comparações, mas avessas. Vamos, então, tentar entender o comportamento humano, principalmente nesse tempo terrível, às vezes incompreendido, de pandemia. A população urbana, do asfalto, se recusa a obedecer leis, decretos, portarias e outras determinações dos governantes federal, municipais e estaduais. Praias cheias, lotadas, abarrotadas. Noitadas sempre concorridas. Festas de embalos por todo lado. A maioria, a grande, não quer saber de leis sanitárias. Principalmente em finais de semanas quentes e ensolarados. Todos no crime! Mas, acreditem, no Piscinão de Ramos, não! Ali, como em outros 'condados' dominados por bandidos, a lei é outra.

Nem mesmo o cantor-compositor Dicró, que desencarnou antes do combinado, que cantava em versos e prosas as maravilhas da Praia de Ramos, e quase imortalizou a sogra em inúmeras músicas inspiradas no bucólico 'balneário', poderia imaginar ser impedido de se banhar nas poluídas águas de Ramos Beach. No feriadão, as meninas da Zona Norte puderam se deitar no calçadão e aplicar a fita isolante, moda que veio das lajes ensolaradas das comunidades. Na areia, não. Ordem dada, ordem obedecida. Mas, 'ladies and gentlemen', manda quem pode e obedece quem tem juízo — dependendo do local em que você more ou esteja de visita ou mesmo de passagem.

Lembram daquela cena formidável do fiscal da prefeitura que foi humilhado enquanto tentava ponderar com pessoas sobre o perigo da aglomeração? "Cidadão, não. Engenheiro formado!". Pois isso mostra como gostamos de ser chapa branca... Obedece quem tem juízo. Manda quem pode ou desobedece quem é chapa branca. Vai fazer isso lá na comunidade. Vai desobedecer a chamada 'Diretoria', nas favelas. Covid é coisa de pobres. Remediados podem quase desobedecer. Vê se tem alguém com o vírus na família daquela personagem, a dos primeiros parágrafos? Só mesmo a louva a deus, do início, que se livrou do vírus mas se deu mal quando devorou a cabeça do macho. É melhor eu continuar na minha caverna, com wi-fi capenga, aqui no Principado da Água Santa. Podem até desacreditar, mas ainda tô com um pouquinho de juízo... Ah, seria o momento de chamar os Guardiões para ajudar na fiscalização?

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