Por O Dia

Direita, esquerda, direita, esquerda, direita, esquerda... Nós, no meio. Parece ordem unida da tropa marchando... Já não basta a ameaça da contaminação na pandemia, encarando as queimadas na Amazônia, Cerrado, no Pantanal, na Serra do Rio, nos políticos cada vez envolvidos nas roubalheiras, governadores e ex-governadores presos ou a caminho, cinco pedidos de impeachment de prefeito, arroz a peso de ouro, Neymar expulso de campo, desobediência civil cada vez mais esquecendo das Leis Sanitárias, como bom pessimista que sou, aguardo a falta do álcool nas prateleiras dos mercados. Ainda bem que esquecemos da geosmina. E a Flordelis? E a Linha Amarela? E a Perícia do INSS? O Flamengo perdeu de 5 X 0.

Caramba, levamos cada trombada de fazer cair obturação dentária. Querem mais? Estamos importando álcool combustível dos Estados Unidos. Nossos estoques do produto estão saindo pelo ladrão. Ladrão? Que que isso? Bem, teremos eleições em breve.

Entre uma rachadinha e outras rachadinhas - convém lembrar que existem rachadinhas federal, estadual e municipal - continuamos a torcer para finais de semanas ensolarados. Afinal, nosso inverno é bem fajuto. É mais calor do que frio. Hotéis, motéis, bares, restaurantes e shoppings estão bem, obrigado. Nossas filas na Caixa continuam matando o tempo de pobres, desvalidos e de espertinhos de plantão. O Detran, como sempre, continua emplacando as confusões nos agendamentos. Quase esqueci que o PCC, de São Paulo, está expandindo seus domínios aqui no Rio de Janeiro. Desde 2015! Os bandidos paulistas aproveitam as guerras entre as facções cariocas rivais e abriram inscrições para fortalecer seus quadros de sócios-atletas. Formidável.

Vejam bem: recebi informação, via e-mail, de empresário do comércio de material de construção. Ele explicou que os fornecedores do seu ramo aumentaram em, pelo menos, 20% todo tipo de material. A manobra das olarias, contou o comerciante, é de diminuir a produção de tijolos e telhas para, assim, provocar o ágio. Mas, amigas e amigos, esse exemplo ele me passou antes do aumento do preço do arroz. Todos querem aproveitar a calamidade para faturar, não importa em que circunstâncias. Uns conseguem dinheiro com compra de respiradores.

Outros, com venda de gêneros alimentícios. Outros mais, aproveitam as rachadinhas - na minha juventude era outro o significado -, outros vendem drogas. E, pelo que um vizinho me contou, não houve aumento nos preços das drogas e o 'mercado' está estável. Bem, pelo menos, o governo conseguiu segurar o aumento dos planos de saúde. Temporariamente...

Direita, esquerda, direita, esquerda, direita, esquerda. Continuamos no meio. Tudo no compasso, a seu tempo. A carne de segunda, leitores, foi promovida no preço à de primeira. Então, passei a usar carne de terceira, que está valendo o preço da de segunda. As churrascadas dos vizinhos diminuíram. Pena não ter como preparar churrasco de mocotó. A passarada tá meio desconfiada. O quilo do alpiste está na casa dos R$ 10. Avisei às rolinhas que me visitam três ou quatro vezes ao dia, que teriam substituição na alimentação: farelo de milho, ao preço de R$ 2,80 por quilo. Não gostaram de início do cardápio. Mas acho que fizeram uma assembleia e voltaram ao quintal, sempre esfomeadas. Boa negociação. As maritacas, que comeram toda a produção de nêspera do quintal, passaram a atacar as uvas - que eram exclusivas dos sanhaços.

Direita, esquerda, vamos em frente. Funcionários dos Correios sumiram. Estão ariscos. Bem, as contas chegam por e-mail. E continuam chegando. Mesmo com menos 25% no salário. Aliás, não escuto reclamações sobre essa redução salarial. Por que será? Alguém explica? Vale outra pergunta? Bem, por que não reduziram as contas em 25 % também? Nós, o povo, somos o inseto no galinheiro.

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