O prefeito de Volta Redonda, Antônio Francisco Neto, exerce seu 5º mandatoReprodução

O nome de Antonio Francisco Neto (DEM) é para lá de conhecido em Volta Redonda: em 2020, ele foi eleito pela 5ª vez para comandar o município, conhecido por sediar a Companhia Siderúrgica Nacional, e por estar em uma das áreas de concentração da indústria pesada no estado. O Sul Fluminense, inclusive, foi beneficiado recentemente por uma lei para oferecer incentivos fiscais como forma de estimular a instalação de empresas. Em entrevista a O DIA, Neto fala sobre a crise financeira enfrentada pela cidade que, no ano passado, teve pouco caixa para investimentos: "Aumentamos nossa arrecadação, apesar de ainda estarmos aquém do necessário".
O DIA: Segundo o TCE, Volta Redonda ficou em 80º lugar no estado em termos de investimento per capita em 2020. Como está a situação financeira?
NETO: Na verdade, já estamos fazendo bastante para reverter esse quadro ruim que achamos. Apesar de ainda estarmos aquém do necessário, aumentamos nossa arrecadação, e isso vai aumentar o poder de investimento em todos os setores. No entanto, o maior apoio para a recuperação de Volta Redonda vem do governo. Cláudio Castro (PL) é a pessoa que mais ajudou nossa cidade em toda sua história.
O senhor assumiu uma prefeitura com duas folhas em atraso, além do 13º. Como foi este primeiro ano do 5º mandato?
Tivemos de aplicar na prática o lema "fazer mais com menos" em todos os setores da administração pública municipal. Temos uma equipe muito comprometida, empenhada em reerguer Volta Redonda e todos fizeram sua parte de forma brilhante. Apertamos o cinto, reduzimos despesas em R$ 16 milhões ao mês e aumentamos um pouco nossa arrecadação. Com apoio inestimável do governador Cláudio Castro, chegamos ao fim de 2021 com os salários em dia e as folhas salariais atrasadas dos servidores de carreira já quitadas.
O senhor já comandou Volta Redonda por 16 anos. Pretende concorrer novamente em 2024?
Não penso nisso e nem poderia. A cada dia, temos um novo desafio, e o foco é reconstruir a cidade. Além da crise financeira, com salários atrasados e muitos fornecedores sem receber, entramos na prefeitura com nosso principal hospital (São João Batista) sob intervenção judicial. Nosso outro hospital (Hospital do Retiro) estava sem direção nomeada, depois que uma organização Social rompeu com o governo passado no fim de 2020. Seria muita irresponsabilidade discutir reeleição neste momento.
No ano passado, foi sancionada a lei do Polo Metalmecânico, para beneficiar a indústria do aço. Já há algum resultado?
Na verdade, a aprovação veio agora, entre novembro e dezembro. A lei anterior foi contestada judicialmente. A Alerj aprovou a inclusão de Volta Redonda entre as cidades que podem oferecer redução na cobrança de alguns tributos estaduais para empresas que vierem a se instalar no município. Mas desde antes disso já estávamos nos movimentando, em busca de novos investimentos privados.
O Hospital Regional Zilda Arns é uma das principais unidades de tratamento da Covid-19. Como está a pandemia na cidade?
A contagem ficou defasada com o ataque dos hackers, mas a vacinação aqui está na casa dos 100%. No começo, a situação foi muito difícil, com salários atrasados e um hospital sob intervenção. Em janeiro, tínhamos cinco leitos Covid, numa cidade com quase 300 mil habitantes. Conseguimos abrir mais de 20 leitos e equipar todos para UTI. O Hospital Zilda Arns foi construído a partir da união dos prefeitos do Médio Paraíba, com grande apoio do governo do estado e da Alerj. Na época, quem esteve à frente das obras foi nosso atual vice-prefeito, Sebastião Faria.
A Pnud mais recente (2013) apontou que Volta Redonda tem o 4º IDH mais alto do estado. O que aconteceu desde então?
Foi o nosso mandato que deixou Volta Redonda nessa boa condição. Nossa saúde era uma referência nacional, tínhamos todas as crianças na escola, erradicamos o analfabetismo. Temos 31 CRAS reabertos e vamos chegar a perto de 40. Estamos fazendo uma "corrida de recuperação". Já estivemos na frente, paramos por razões que não nos cabem, e agora estamos buscando novamente nosso protagonismo.
Você pode gostar
Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.