Dani Calabresa e Marcius MelhemDivulgação
Os ecos de “Gravando” ou “Silêncio no Estúdio” são acompanhados de outros gritos nada funcionais. Estão impressos na história do audiovisual mundial, cenas reais de diretores explorando ao máximo a adrenalina de atores como forma de pressão para obter um desempenho mais realista. Gritos, xingamentos, ofensas e outros tipos de humilhações eram normatizados como se fossem inerentes ao exercício da profissão. Tem até uma lenda de que para ser um bom diretor tem que incorporar essas características autoritárias.
Assim como o nosso audiovisual se inspira em Hollywood, inclusive com a incorporação de muitos desses “cacoetes profissionais”, agora vem lá de fora também a implantação de uma política de “tolerância zero” para práticas até então toleradas e normatizadas nas organizações. Foi decretada uma espécie de caça às bruxas aos infratores das regras.
Não são coincidências as denúncias, escândalos, cancelamentos e demissões que abalam o silêncio de Hollywood estarem ecoando também por aqui. O medo dos processos milionários, a rejeição do público e anunciantes obriga as emissoras a levantarem seus tapetes para recolher o lixo acumulado por décadas.
Teste do Sofá: folclore ou real?
Os supostos testes envolvendo favores sexuais usados como moeda de troca para escalações ou papéis melhores, também passaram a render dor de cabeça para as empresas e punição para funcionários denunciados. E novamente o Brasil segue na esteira do que acontece nos Estados Unidos e na Europa, num movimento que aniquilou medalhões do cinema e jogou na lama um dos principais troféus, o Globo de Ouro.
Silêncio quebrado: a cada dia mais atores revelam assédio sexual
Dentro dessa onda de busca pelas "boas práticas" são recorrentes declarações de profissionais que teriam sofrido ou presenciado ações desse tipo. Entre eles: Ricardo Macchi – o eterno cigano Igor, o Casseta Helio De la Peña, Samara Felippo, Oscar Magrini, Maria Zilda Bethlem, Karina Bacchi...
Como uma novela, iniciamos aqui nosso capítulo de estreia. Nos próximos vamos abordar como a cumpliance lidou com os casos recentes mais emblemáticos envolvendo Dani Calabresa e Marcius Melhem, o galã José Mayer, o diretor Vinicius Coimbra - da novela “Nos tempos do Imperador” e os jornalistas Dony de Nuccio e William Waack.
Até lá!
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.