Há muito tempo, a carreira de Psicologia é uma das mais procuradas pelos vestibulandos. No Sisu 2018, por exemplo, está em sexto entre as mais concorridas. Para quem pensa em seguir esse curso, a coluna de hoje traz o depoimento da psicóloga paulista Adriana Severine, formada pela Unip, com curso de coaching na Inglaterra. PROFISSÃO CERTA pediu a ela para contar sobre o que é bom e o que não é tão bom na carreira. (Veja aqui a lista dos 20 melhores cursos de Psicologia do Brasil)
De saída, a psicóloga revela uma das maiores qualidades do ofício. "Você consegue ver a diferença de como a pessoa fica depois do tratamento, é possível sentir a melhora. Isso é uma coisa fantástica, vem aquela sensação de que você está fazendo a diferença no mundo", diz Adriana.
Outro fator positivo que ela destaca é que, ao contrário de outras áreas, quanto mais velho melhor é o profissional, melhor ele fica. "Com a experiência de vida, o profissional sabe lidar com situações complicadas. Tem situações que mexem com seus valores. E, depois de um tempo, você sabe até onde pode ir".
O psicólogo, segundo Adriana, tem um volume de trabalho constante se estiver atualizado. E, ao contrário de outros tempos, tem mais recursos para chegar até o público. "Com as redes sociais, é possível fazer contato com mais pacientes do que acontecia antes", afirma. No início da carreira, diz ela, não é preciso abrir o próprio consultório. "Muitos sublocam o espaço".
Como em qualquer profissão, nem tudo são flores. Adriana adverte que para ser um bom psicólogo é preciso estudar sempre. "Não adianta sair da faculdade e achar que já está pronto para atender. Não está. Não é possível esperar ganhar dinheiro logo depois de se formar, montando um consultório", explica. "É preciso ter experiência de vida para sair das situações. A melhor coisa é ir para o ramo de Recursos Humanos, por exemplo, como eu fiz". No RH, diz ela, é possível ganhar uma boa experiência de vida e também de lidar com experiências de vida que vai dar uma bagagem muito grande.
Outro ponto que alguns podem considerar como ruim é que o psicólogo não tem noção de quanto vai ganhar por mês, diferente de outros profissionais que têm remuneração fixa. "Se a pessoa precisa muito da segurança de saber quanto ganha e de saber o que vai ser possível fazer com o dinheiro, é complicado. Ela vai acabar sofrendo, já que o ganho depende do número de pacientes atendidos", relata a profissional. Mas ela tranquiliza o candidato: "Depois, a gente acaba acostumando".