Mangueira - THIAGO MATTOS
MangueiraTHIAGO MATTOS
Por RICARDO SCHOTT

Rio - Crises, tanto no Brasil (e no Rio, mais aproximadamente) quanto no próprio modelo do Carnaval carioca, já levaram dias intranquilos a uma das escolas de samba mais populares do Rio de Janeiro. Mas ela está aí, e vem vivendo de samba, poesia, projetos sociais e muita criatividade há nada menos que 90 anos. E a grande festa de aniversário da Estação Primeira de Mangueira rola amanhã no Palácio do Samba, com convidados de primeira, para relembrar a história da agremiação. Alcione e a Velha Guarda Musical da escola de samba recebem Nelson Sargento, Beth Carvalho, Tantinho da Mangueira, Roberta Sá, Marquinho China, Zé Luiz do Império e as velhas guardas da Portela, Vila Isabel e do Salgueiro.

Na lista de artistas, tem também as participações do cantor Ferrugem, nova grande sensação do samba, e do músico Chacal do Sax. A abertura fica por conta dos grupos Dose Certa, Art Junior, RDN e Roda de Samba Pede Teresa. E no finalzinho, quando você achar que a festa está acabando, tem a aparição da bateria da Mangueira, sob o comando do Mestre Wesley, além da apresentação do novo intérprete Marquinho Art'Samba e do carro de som da escola para 2019.

Os shows rolam a partir das 13h, com direito à famosa feijoada da escola. Mas bem antes disso, já tem festa. Às 8h, tem a tradicional solenidade de aniversário, com presença da banda do Corpo de Bombeiros, distribuição de chocolate com biscoito para as crianças, bolo e parabéns para a escola. À noite, o estádio do Maracanã acenderá luzes verde e rosa em homenagem à agremiação.

Parabéns esse que, ressalta o presidente Chiquinho da Mangueira, a agremiação merece não apenas por sua sobrevivência, mas pelo trabalho diário que vai além do samba.

"Em 90 anos, continuamos dentro da comunidade. Fazemos trabalhos sociais, mantemos nossas tradições, fazemos com que a cultura brasileira seja cada vez mais valorizada. São 90 anos de muita história, muito compromisso com a cultura. E isso sem falar nos nossos baluartes, nos nossos poetas do samba", diz Chiquinho.

O presidente da Verde e Rosa garante que quem está lendo essa reportagem e pretende ir ao evento de sábado, não sabe da missa a metade. Muita coisa bacana só vai saber quem for lá.

"Temos uma homenagem emocionante a grandes nomes da escola, que é uma surpresa", conta Chiquinho da Mangueira. "Posso garantir que na história da escola nunca teve nada igual".

MARROM COMEMORA

No palco, tem uma mangueirense ilustre, acompanhada dos nomes que construíram a escola. E convidando outros artistas imediatamente identificados com o pavilhão da Estação Primeira. Alcione lembra ter se apaixonado pelas cores da escola há bastante tempo, quando ainda vivia no Maranhão. De lá para cá, esteve presente na escola de todas as maneiras, seja participando dos shows na quadra, seja indo à comunidade.

"A Mangueira é uma velha amiga. Tenho mais de 40 anos de relação com a escola e entrei nela por intermédio de Bira, ex-presidente da Mangueira. Entrei e caí dentro do trabalho social, na Mangueira do Amanhã, no Centro de Artes. Sempre fui voluntária na escola, é uma família para mim", conta. "Eu não sou uma pessoa que torce pela Mangueira, eu sou Mangueira!".

SAMBA NO MAR

Tem uma outra festa do samba amanhã, só que no Museu de Arte do Rio. Martinho da Vila canta às 20h no MAR, em show gratuito, para marcar o lançamento da exposição 'O Rio do Samba: Resistência e Reinvenção'. Antes, às 16h, tem Bateria Mirim da Portela e Bateria da Mangueira. O evento tem curadoria de Nei Lopes, Evandro Salles, Clarissa Diniz e Marcelo Campos, comemora cinco anos do museu e vai ocupar o MAR por um ano.

A exposição cuja entrada é gratuita até o dia 31 de maio conta, com mais de 800 itens, a história do samba carioca desde o século 19 até hoje. Tem desde fantasias originais de Carmen Miranda até o prato no qual João da Bahiana tocava, além de uma instalação de Carlos Vergara desenvolvida com restos de fantasias. E obras de artistas plásticos e fotógrafos que contam a história do estilo.

PROGRAMAÇÃO

90 ANOS DA MANGUEIRA

Palácio do Samba Quadra da Mangueira. Rua Visconde de Niterói 1.072, Mangueira (2567-3419). Sábado, de 13h às 20h. R$ 40 (na hora), R$ 50 (mesa comum), R$ 20 (feijoada).

O RIO DO SAMBA: RESISTÊNCIA E REINVENÇÃO

Museu de Arte do Rio. Praça Mauá 5, Centro (3461-4616). Ter a dom, de 10h às 17h, de amanhã até o dia 30 de março de 2019. Grátis até dia 31 de maio. Depois disso, R$ 20 para pessoas com até 21 anos, estudantes, universitários, pessoas com deficiência e servidores públicos da cidade do Rio de Janeiro. E R$ 32 para cariocas e residentes no Rio de Janeiro, mediante apresentação de documentação ou comprovante de residência comprobatórios. Às 16h bateria mirim da Portela e bateria da Mangueira. Às 20h, Martinho da Vila.

ANOTE NA AGENDA:

EU SOU A MARROM

Alcione vai fazer show especial de dia das mães, e também comemorar 45 anos de carreira, trazendo como convidado Péricles. Estádio Nilton Santos (Engenhão). Rua José dos Reis 425, Engenho de Dentro. Dia 12 de maio às 20h. R$ 60 (estudantes e maiores de 60 anos pagam meia-entrada) a R$ 500.

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