Day Limns Lana Pinho

Rio – Com 12 faixas, "Bem-vindo ao Clube” marca a estreia discográfica de DAY. O trabalho apresenta dramas pessoais da jovem cantora pop, mas que poderiam ser de qualquer outra pessoa de sua geração, pois aborda amores e desamores, altos e baixos da vida, sexualidade e vivência LGBTQIA+. Apesar de trazer um ar pessimista na primeira impressão, o disco fala sobre superar os percalços e continuar de pé.
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“Saiu um pouco mais pessimista do que eu gostaria, mas tenho a tendência de preferir a honestidade e a vulnerabilidade por achar que pode conectar com mais pessoas. Todo mundo está vivendo esse momento, não sou só eu. Pode ter partido de um lugar e de uma frustração diferente, mas acabou tendo muito sentido diante da pandemia e o que estamos vivendo” diz DAY.
“Por mais que seja um tanto pessimista, o disco também é sobre passar por isso e continuar de pé. As pessoas vão conseguir se identificar, se enxergar e refletir sobre saúde mental de acordo com as suas vivencias. Essa é a mágica da arte. Esse é o meu objetivo acima de tudo, além de que as pessoas não se sintam sozinhas”, reflete.
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Quem acompanha a artista desde que foi finalista do “The Voice Brasil 2017”, sabe que ela mescla diferentes propostas em sua sonoridade. Seu primeiro álbum de estúdio não seria diferente e traz referências de pop punk, punk rock, rock, emocore, trap e rap. Toda essa mistura, ganha um nome próprio: o pop emo.
“Não sou uma coisa só e quando alguém tenta fazer isso comigo, me sinto sufocada. Eu realmente me considero uma artista pop, mas que viveu muito o emo da forma que poderia viver. A minha maior referência foi a Avril Lavigne, mas também Green Day, Panic At The Disco, Fall Out Boy e Paramore. Sempre tive essa mistura meio maluca e é bom que cria uma coisa nova e fresh”, conta.
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Sexualidade
Nem sempre é fácil escolher uma música favorita, mas DAY tem a sua TOP 1: “Fugitivos”, canção que fala sobre um relacionamento lésbico. Apesar de ser uma história pessoal, é uma música que vai causar conexão com o seu público. "Quis construir a música com sussurros para causar sensações e com um refrão libertador: 'pode falar, não vou me culpar'", conta.
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“Vai ser muito massa ver as pessoas usando a música para sair do armário, que é uma coisa que eu nem gostaria que existisse, mas eu quero que as pessoas usem essa música para se inspirarem e se expressarem. Na verdade, não só em relação a sexualidade, mas em qualquer âmbito da vida, em relação a sonhos”, diz.
DAY se assumiu homossexual em 2016 e conta que sentiu como se tirasse um “peso das costas”. “As pessoas ficam tentando recolocá-lo a todo custo e eu digo: ‘esse peso está nas suas costas, meu amor, porque o preconceito é seu, a vida é minha e o preconceito é seu. Você que tem de rever algumas questões e não eu’. Parece fácil falar, mas não é. Sei que tem muita gente que é extremamente ignorante”, reflete.
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E ela só sentiu o poder da representatividade ao lançar seu primeiro single, “Tanto Faz”. “Quando lancei meu primeiro single e a primeira palavra era ‘mina’, as pessoas começaram a falar: ‘nossa, que daora’. E eu: ‘caramba, isso é muita coisa? Para mim, isso é algo normal porque gosto de mina, então, falo de mina’. Mas eu entendi que era algo revolucionário. Só quero que seja cada vez mais natural porque é natural, eu sei quem eu sou e a minha mensagem é para inspirar as pessoas”, afirma.
Single e videoclipe
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Desde o começo do processo de criação, DAY sabia que queria contar uma história com início, meio e fim, por isso, ela recomenda ouvir o disco na ordem. Por exemplo, ao compor “Clube dos Sonhos Frustados”, junto a Tiê Castro e Los Brasileiros, ela sentiu que a música estaria no início do disco e que essa era a faixa que sintetizaria todo o trabalho.
“Quando escrevi a música bem no início da pandemia e falei: ‘caramba, tenho o conceito inteiro e o nome do disco aqui’. Sempre soube que essa música ia ser a mais pop punk do disco, estava com medo de arriscar, mas não desisti. Não tem música melhor para convidar alguém para escutar o álbum”, pensa DAY.
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E o single já chegou com um videoclipe com estética escolar no YouTube. “Queria muito que fosse diurno e que passasse a vibe do adolescente vivendo as suas decepções e querendo criar uma realidade paralela para sobreviver. Também tem a ideia de chamar as pessoas da realidade entediante para a realidade da minha cabeça, dos meus sonhos, onde as cosias acontecem”, finaliza.
*Estagiário sob supervisão de Tábata Uchoa