Deborah Colker no espetáculo ’Cura’Leo Aversa

Rio - Após passar por mais de dez cidades em turnê nacional, o espetáculo "Cura", da Cia. de Dança Deborah Colker, está de volta ao Rio em temporada popular, no Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes. As sessões acontecem até o dia 14 de agosto, com ingressos a partir de R$ 10 (meia-entrada).
"Fazer essa temporada popular no Rio me dá uma alegria profunda e uma certeza de que é importante todos terem acesso à cultura e à arte. E como é transformador se aproximar a rua e o teatro, aproximar as pessoas com essa possibilidade de participar e de viver a experiência desse espetáculo que fala sobre cura e traz misturas de religiões e saberes", comemora a premiada coreógrafa Deborah Colker. 
Acostumada a promover temporadas populares com seus espetáculos, a artista fala sobre a possibilidade de atrair um novo público. "Há muita gente que ainda nunca foi ao teatro. E isso pode ser uma porta que se abre e modifica o pensamento e a vida. Então, a temporada popular é o que me dá mais satisfação. É uma gratidão que eu sinto porque é um reconhecimento de que a gente tem que continuar fazendo arte e cultura. Me sinto muito inspirada e com força de continuar e fazer muito mais", afirma.
A produção, que tem no elenco 14 bailarinos, possui um aspecto autobiográfico, mas não se resume a isso. "Cura" trata de ciência, fé, da luta para superar os próprios limites e também do enfrentamento da discriminação e do preconceito. O espetáculo também traz referências de três religiões monoteístas e elementos de culturas africanas, indígenas e orientais, dando ênfase a história de Obaluaê, o orixá das doenças e da cura. "A ponte entre fé e ciência me ajudou muito. Fui experimentar o invisível, a sabedoria do invisível", explica a idealizadora.
Carlinhos Brown, responsável pela trilha sonora, compôs a canção inicial "Traga meu sorriso para dentro", além da "Sou mais forte que a minha dor". "A música veio na minha cabeça logo depois da primeira conversa com Deborah. Eu pensei: isso é um chamado, não é uma trilha normal. É um trabalho muito mais profundo do que 'Carlinhos está fazendo uma trilha', revela o músico. "Cura" também conta com dramaturgia do rabino Nilton Bonder.
Desde 2017, Deborah tem dedicado grande parte de seu tempo a fim de encontrar uma solução para doença genética de seu neto, a epidermólise bolhosa — condição rara que provoca formação de bolhas na pele através de mínimos atritos —, e a partir dessa angústia, surgiu a ideia do espetáculo "Cura". No entanto, o conceito da obra só foi definido em 2018, após a morte do físico Stephen Hawking, que sofria de uma doença degenerativa incurável, mas sobreviveu até os 76 anos e tornou-se um dos nomes mais importantes no campo das ciências. "Quando foi diagnosticado, os médicos deram a Hawking três anos de vida. Ele viveu mais 50, criativos e iluminados. Entendi o que é a cura do que não tem cura", conta Deborah.
Serviço:
"Cura". Teatro João Caetano. Endereço: Praça Tiradentes, s/n, Centro. Sextas, às 20h, e sábados e domingos, às 18h. Ingressos: balcão simples custa R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). Plateia e balcão nobre saem por R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada). A classificação é livre. Até 14 de agosto. As vendas ocorrem na bilheteria do próprio teatro e também, pelo site da Companhia Deborah Colker.