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'Fazer música pra mim é brincadeira', destaca Almir Sater
Cantor fala sobre o lançamento do álbum 'Do Amanhã Nada Sei', descarta planos de aposentadoria e revela que gostaria de interpretar um personagem 'sem chapéu'
Almir Sater lança seu novo álbum, intitulado ’Do Amanhã Nada Sei’ - Divulgação
Almir Sater lança seu novo álbum, intitulado ’Do Amanhã Nada Sei’Divulgação
Rio - Após brilhar como Eugênio em "Pantanal", da TV Globo, Almir Sater lança seu novo álbum, intitulado "Do Amanhã Nada Sei". Com dez faixas, arranjos elaborados e muito romantismo, este é o décimo trabalho em estúdio do cantor, que tem mais de 40 anos de carreira. O artista fala sobre as composições feitas com Paulo Simões, parcerias musicais com Renato Teixeira e Luiz Carlos Sá e admite que a canção que leva o nome do disco é uma de suas preferidas.
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"Quem é que sabe do amanhã? A gente pode sonhar, torcer, desejar. Estou numa fase, depois da pandemia, que não sabia o que ia acontecer... Estava na dúvida se o disco ia chamar 'Do Amanhã nada Sei' ou 'Verdade Absoluta'. Achei 'Verdade Absoluta' um nome meio pretencioso. O 'Do Amanhã nada Sei' tem mais a ver com nosso momento, com o disco. É uma das canções que mais gosto', confessa Almir, que se considera uma pessoa de fé. "Sou um cara de fé. Tenho os lugares onde renovo a minha e sempre funciona", diz.
O amor também é combustível para o artista. O romantismo está bem presente nas músicas deste novo álbum, produzido por Eric Silver. Casado com Ana Paula Sater, o cantor filosofa ao falar sobre o sentimento e destaca: "Gosto de amar, ser amado. O amor é um sentimento que faz a gente voar. Poucas coisas fazem a gente voar. Sinto que a gente fala de amor de um jeito bonito no disco. Essa música que fiz para Luiz Carlos Sá, que chama 'Eu sou Mais do Que Sou', me emocionou muito. Tem outra música que também fala de amor, a "Sete chaves". É um disco que fala de amor de um jeito gostoso, que faz a gente flutuar".
E por falar em Luiz Carlos Sá esta é a primeira parceria de Almir com o artista. Renato Teixeira, com quem o cantor trabalhou nos álbuns 'AR e +AR', também faz parte desta obra. "Quando fiz o 'Ar + Ar' em parceria com o Renato Teixeira, gastei praticamente todas as músicas que tinha prontas com ele. Ele mandou pra mim, durante a pandemia, uma poesia, fiz uma música que se chama 'Ave Chamada Tempo' com ela e inclui neste novo disco. Abri um bauzinho com umas músicas que tinha com o Paulo Simões e tinham várias, umas 15. Separei oito. Ainda trouxe essa música (Eu Sou Mais Do Que Sou) que tinha acabado de fazer com o Sá, que gostei muito e ele também. Assim, nossa primeira parceria aconteceu. Fomos felizes de começar a parceria desse jeito, é emocionante".
Além da nova parceria, há mais uma novidade no álbum: Almir surpreende ao tocar cavaquinho na música “Angu Com Caroço”. O artista explica que foi influenciado por Jô Luterio, carinhosamente chamada de Joana do Cavaco; uma das responsáveis pelo áudio de "Pantanal", e parte do elenco da novela. "Com a gravação de 'Pantanal', despencaram lá uns 150 cariocas muito animados. Entre eles, uma menina do áudio, a Joana, que depois das gravações tocava um cavaquinho muito bonito. Comecei a tocar o cavaquinho dela e percebi algumas semelhanças com a viola. Comecei a brincar com o instrumento e gostei do resultado. Quando cheguei em casa, meu filho tem um cavaquinho, comecei a tocar e gravei 'Angu com Caroço' com o cavaquinho, muito inspirado nos cariocas. E também para trazer um pouco de brasilidade pro disco que foi gravado aqui, lá nos Estados Unidos. Foi bom trazer esse som bem brasileiro do cavaco, esse samba rock".
Orgulho de Gabriel Sater
Gabriel Sater herdou o talento do pai. Além de ser um bom cantor e instrumentista, ele também deu vida a Trindade, no remake de "Pantanal", assumindo o papel que foi de Almir na versão original da novela, exibida em 1990 pela extinta TV Manchete. O cantor não esconde o orgulho do filho e relembra a trajetória profissional do artista.
"O Gabriel tem o som muito dele, não vejo meu som. Ele é muito dedicado, estudou muito. Hoje é um bom violeiro. Eu como pai, por ter feito o papel que ele fez na novela passada, me emocionou muito vendo a dedicação e o resultado do trabalho dele. Aconteceu com ele a mesma coisa que aconteceu comigo na minha primeira novela, 'Pantanal'. Consegui me mostrar para um Brasil grande, gigante. E sinto isso no Gabriel também. Vejo ele na estrada e tudo o que ele mais queria era fazer shows pelo Brasil. Tudo o que ele queria conseguiu nessa novela. Esse momento é bom nas nossas vidas, musicalmente, artisticamente e pessoalmente. Estamos felizes", afirma Almir, que também é pai de Ian e Bento Sater.
Papéis em novelas
O remake de "Pantanal" foi a quinta novela de Almir. Ao ser questionado, se toparia dar vida a mais algum personagem, ele se diverte. "Quando eu fiz a primeira novela Pantanal', falei: 'vou fazer essa novela e parei'. Durante a novela me chamaram pra fazer o Zé Trovão. Falei: 'vou fazer mais essa e parei'. Já estou na minha quinta novela, então, não vou falar mais nada. As novelas ajudaram muito meu trabalho musical, alavancaram minha música, devo muito as novelas tudo o que consegui", ressalta ele, que trabalhou na primeira versão de "Pantanal" (1990), na extinta TV Manchete, "A História de Ana Raio e Zé Trovão" (1991), da mesma emissora, "Rei do Gado" (1996), "Bicho do Mato" (2006) e o remake de "Pantanal" (2022), da TV Globo.
O artista ainda cita o desejo de interpretar um personagem bem diferente. "Cada pessoa coloca um pouco da sua alma no personagem. O Zé Trovão não tinha nada a ver comigo. Em partes, sim, veio do universo rural, de fazenda, mas era diferente. A gente tem que entregar a alma para o personagem. Se aparecer um bom trabalho, um personagem bem diferente, é bom que pode até instigar a fazer uma coisa diferente. Sem chapéu. Acho que nunca fiz nada sem chapéu".
Aposentadoria Na estrada há cinco décadas e encantando o público com seu talento, Almir Sater diz que não pretende se aposentar. "Imagina, nem considero que eu trabalho. Aposentar de que? Tenho 40 anos de disco, mas até você chegar no disco, tem muito tempo para estudar. O cantor é um dom pessoal, divino, o cara vê que canta bem desde criança, melhora. O instrumentista não. Ele é igual um atleta, você pode ter jeito, mas precisa se dedicar. Tem uns 50 anos que estou na estrada. Tudo o que não quero é me aposentar. Gosto muito dessa vida, fazer música pra mim é brincadeira. É minha diversão", destaca.