Com Antonio Fagundes, ’Baixa Terapia’ fica em cartaz no Rio até marçoDivulgação / Caio Gallucci

Rio - Uma confusão se formou na porta do Teatro Clara Nunes, na Gávea, no último sábado, depois que cerca de 50 pessoas foram impedidas de entrar para assistir ao espetáculo "Baixa Terapia", protagonizado por Antonio Fagundes, por terem chegado atrasadas. A polícia foi acionada para conter o grupo, que chegou a esmurrar as portas do teatro e ameaçar os funcionários após receberem uma negativa para troca ou devolução dos ingressos. 
"O espetáculo começa rigorosamente no horário marcado e não é permitida a entrada após o início, não havendo troca de ingressos e/ou devolução do dinheiro", diz o bilhete do espetáculo. 
"Eu me sinto até desconfortável de falar sobre isso, porque é como se a gente tivesse que explicar para as pessoas o que significa a palavra 'começa'. Se uma peça começa às 20h, a pessoa não pode chegar ao teatro faltando dois minutos para às 20h e achar que está no direito de atrapalhar os outros", disse Fagundes em entrevista ao "O Globo". 
O ator afirmou, ainda, que esse problema acontece não só no Rio de Janeiro, mas em todo o país. "É um problema cultural, nosso. É como se fôssemos tão especiais que as coisas só pudessem começar quando a gente chega. Parei de ir ao cinema por causa disso. As pessoas são impossíveis: acendem a luz do celular e ficam falando. É um transtorno tão grande. Não quero que o público das minhas peças sofra o mesmo mal-estar", completou. 
Fagundes revelou que já passou pelo mesmo problema em Portugal e disse que sua intenção não é penalizar as pessoas. "Não tenho nenhuma pretensão de educar ninguém, mas de respeitar quem merece ser respeitado, favorecer aqueles que chegaram na hora. Não sei por qual razão as pessoas acham que, no teatro, determinadas regras que são cumpridas em locais como aeroportos e provas como o Enem deixam de existir", finalizou. 
De acordo com a Polícia Militar, agentes do 23ºBPM (Leblon) estavam em patrulhamento pela Gávea, na Zona Sul, e foram acionados para verificar ocorrência em um teatro localizado no bairro. No local, um princípio de tumulto envolvendo espectadores de uma peça teatral foi contido.
Questionada por O DIA, a produção do espetáculo disse entender as dificuldades locomoção nas grandes cidades. "Entendemos plenamente as dificuldades, principalmente nas grandes cidades, de se programar para cumprir as regras de um evento com horário marcado: o trânsito pesado, às vezes a chuva, uma blitz ou até mesmo a insegurança da própria cidade. Assim como também entendemos que imprevistos pessoais muitas vezes nos pegam de surpresa", iniciou. 
"Porém, independentemente de qualquer situação adversa nós precisamos adotar uma única política de compromisso com o público para que sejamos justos e respeitosos. A peça Baixa Terapia começa rigorosamente no horário marcado - com relógios acertados pelo horário de Brasília – e não é permitida a entrada na sala de espetáculos após o início da sessão, também não será possível a troca de ingressos e nem a devolução do dinheiro. Esta informação é amplamente apresentada em todo nosso material de divulgação e no site de vendas de ingressos", continuou. 
"Em não permitir a entrada depois do início da peça, temos como único objetivo preservar o espetáculo para todos os Espectadores que já se encontram na sala assistindo à peça em curso. Todos nós sabemos o transtorno e incômodo que pessoas entrando atrasadas numa sala escura, falando, usando a lanterna dos celulares e procurando seus lugares para se sentar trarão injustamente aos demais espectadores, aqueles que se programaram para chegar com antecedência ao Teatro. Vale ressaltar que em todas as sessões, no horário marcado, mais de 95% do público já se encontra sentado dentro da sala pronto para assistir ao espetáculo", completou.
"Com todo nosso respeito e carinho, temos certeza de que você ficaria muito desconfortável em perder cenas da peça com pessoas falando e passando na sua frente enquanto o espetáculo acontece. Nós da Produção precisamos pensar em todos e entendemos, portanto, que essa é a melhor regra de convívio e respeito para que o público possa se divertir, se emocionar e viver a melhor experiência no Teatro. Volte! Você será sempre muito bem recebida (o)!", finalizou.