"Este projeto me deu a oportunidade de mostrar, pela primeira vez, o meu lado ancestral"Dan Coelho / divulgação
Indicado ao Grammy Latino 2023, o álbum é a base dos shows especiais que Áurea vai fazer para celebrar o mês da mulher. “A ideia de fazer em março foi da gerência do Sesc. Eles foram sensíveis em perceber que este trabalho é uma homenagem ao feminino, que é tão plural no nosso país: indígena, caboclo, católico, de matriz afro. Vai ser ótimo estreá-lo no Sesc São João de Meriti. Lembro da primeira vez que cantei lá, no show do inesquecível Emílio Santiago”, recorda a interprete.
Ela também comenta o fato de estrear no dia seguinte ao aniversário do Rio de Janeiro, cidade onde nasceu: “Tem muitas coisas boas acontecendo por aí. Apesar da exclusão, a periferia do Rio é muito criativa e produz muita arte. Pude acompanhar muitas mudanças nesses mais de 80 anos vivendo aqui. Parece que foi ontem que comecei, na Zona Oeste”.
O setlist vai de canção medieval a coco de roda, passando por sambas icônicos. “O projeto também fala do meio ambiente, quando recita o poema ‘Vô Madeira’, da poetisa indígena Julie Dorrico, e canta ‘Araruna’, de Nahiri Asurini e Marli Miranda. Me sinto mais próxima da população indígena, defendendo a natureza”, ressalta a carioca.
Em “Senhora das Folhas”, louvores das manifestações populares de Minas Gerais se unem a canções como “A Rezadeira” (Projota), “Me Curar de Mim” (Flaira Ferro), “Banho de Manjericão” (Paulo Pinheiro e João Nogueira) e “Na Paz de Deus” (Arlindo Cruz), em arranjos camerísticos luxuosos. “O repertório desse álbum é perfeito, me sinto muito feliz cantando ele”, destaca a cantora.
Embora o palco seja a tribuna onde diz o que deseja por meio do canto, Áurea também faz questão de usar o poder da voz e da experiência de vida para falar com o público quando não está entoando suas canções. No mês dedicado às mulheres, a cantora deixou sua mensagem: “Mostrem sua força e não deixem a submissão tomar conta de suas vidas. Isso não quer dizer se igualar aos homens, mas mostrar que podemos ser sempre pessoas melhores. Hoje, as mulheres negras estão mais fortes e se posicionando mais. Ainda temos um longo caminho a percorrer, mas estamos em evolução. Devemos lembrar sempre que ninguém é melhor que ninguém e refletir diariamente sobre quem somos e para onde vamos”.
Senhora das Folhas
Locais e horários:
2 de março, às 19h
- Sesc Barra Mansa (End.: Av. Tenente José Eduardo, 560 - Barra Mansa)
8 de março, às 19h
- Sesc Madureira (Rua Ewbank da Câmara, 90)
15 de março, às 19h
- Sesc Tijuca (Rua Barão de Mesquita, 539)
26 de março, às 19h
Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: Livre
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