Por thiago.antunes
Rio - Para o vendedor Marco Aurélio Martins, de 52 anos, não existe outro lugar no Rio: ele mergulha na piscina natural abaixo da Cascatinha Taunay de 4 a 5 vezes por semana. “A praia está muito quente, já não vou há mais de um mês. Gosto da água assim, geladinha, que afina o sangue”, brinca. O setor floresta do parque recebeu mais de 305 mil visitantes nos dez primeiros meses de 2016.
Já no Parque Estadual do Grajaú, somos recepcionados pelo galo Genival, que foi abandonado ali e se tornou mascote das crianças. Apesar disso, os reis do pedaço são os micos-estrelas, preás-do-mato e cachorros-do-mato. O espaço, uma pequena área de 0,55 quilômetro quadrado, abriga também 132 espécies de aves. Logo no início do passeio, a ‘janela do parque’ dá vista para a cidade, a ponte Rio-Niterói e, em dias claros, até o Pico Dedo de Deus.
Gestor do Parque do Grajaú há sete anos%2C Marcio Carazza%2C 65%2C convida as famílias a levarem os filhos para manter esse “contato com a natureza” Sandro Vox / Agência O Dia

Pelo acesso mais fácil, os frequentadores são famílias que adoram fazer piquenique. Mas existem atrações para todos os gostos, entre cursos de meditação, tai chi chuan, constelação familiar, escalada e boulder e até espada medieval. Foram 63 mil visitantes no ano passado. A arquiteta Elisa Crichyno, 44, sempre leva o filho Antônio Gabriel, de 5. Os pais de Elisa também a levavam ali quando ela era um bebê. “Aqui eu fico tranquila e refrescada, tem a floresta. Praia também é bom, mas é estressante”, conta.

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Gestor do parque, Marcio Carazza, 65, trabalha ali há sete anos e tem o costume de conversar com os visitantes. Oferecendo mangas para a reportagem, ele enumera os 24 tipos da fruta que já provou e ensina receitas com a ora pro nobis, hortaliça que cresce na cerca-viva da entrada. Mineiro, veio para o Rio com um ano de idade e desde cedo é apaixonado pela natureza. “É importante que as famílias venham aqui e promovam esse contato das crianças com a natureza”, convida.
Os visitantes devem permanecer nas trillhas —andar fora do caminho, além de perigoso, pode ser prejudicial ao ambiente. O respeito à natureza deve ser total: não se pode tirar pedras do lugar ou riscá-las. Também não é permitido fazer fogueiras.
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Acesso difícil em parque da Zona Oeste
O Parque Estadual da Pedra Branca é o de acesso mais difícil, mas o maior dos três. Sua área abrange 17 bairros da Zona Oeste. Os 12,5 mil hectares, divididos em três núcleos, são um mundo a ser explorado, e não faltam trilhas para isso.
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A mais recente é a Trilha do Mel, de 300 metros, onde ficam expostas 30 colmeias ornamentais com 14 espécies de abelhas. O caminho liga o bromeliário à Trilha do Rio Grande.
São várias as quedas d’água onde o banho é permitido. Entre elas, a cachoeira do Mucuíba, em Vargem Grande, e a Cachoeira do Camorim, no bairro de mesmo nome.
Em todos os parques, é recomendado levar sua própria garrafa de água, além de se proteger com protetor solar e repelente.
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As regras
Floresta da Tijuca
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O churrasco é permitido apenas no Recanto dos Pintores e no Largo Mayrink. Animais domésticos não devem ser trazidos para o parque e os silvestres não devem ser alimentados. Também não pode deixar lixo espalhado, com o risco de prejudicar a fauna que vive ali. São proibidos aparelhos sonoros e barulho excessivo.

Parque do Grajaú
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Para fazer piqueniques, o recomendado é fazer uma pré-reserva no local. Para fazer seu evento, a administração pede a contribuição de um conjunto de produtos de limpeza. Somente são permitidos alimentos frios e recipientes de plástico - nada de vidros. Também não se pode levar bolas, barracas, mesas grandes ou caixas de som. As bicicletas ficam do lado de fora do parque.
Reportagem da estagiária Alessandra Monnerat