Jessilane Alves é a 14ª eliminada do ’BBB 22’João Cotta / TV Globo

Rio - A professora Jessilane Alves, de 26 anos, define a sua passagem pelo "BBB 22" como "conturbada e contraditória". Última mulher a ser eliminada do reality show em um paredão quádruplo contra Arthur Aguiar, Douglas Silva e Eliezer, Jessi acredita ser vitoriosa apesar de não ter levado R$ 1,5 milhão para casa. "Eu, Natália e Lina fomos o ‘Top 3’ das meninas. É uma vitória também. Mesmo não sendo a campeã, para mim, eu já ganhei. Fui a última mulher a deixar o programa, fiquei o máximo que eu podia ficar, curti tudo que eu podia curtir... Foi incrível", analisa a jovem. 
Jessi conta que participar do programa foi completamente diferente do que ela idealizava. "Eu imaginava que eu fosse chegar lá, fazer e acontecer. E aí eu entrei e me vi completamente perdida, com medo de tudo e todos, sem conseguir me posicionar, sem conseguir viver o que eu queria viver. Só que de tanto ser atacada nesse lugar, eu acabei entendendo que se eu não me movimentasse não daria certo. Eu cresci como jogadora, como indivíduo, e todo mundo reconheceu esse crescimento. Não foi uma coisa que só eu percebi, todos da casa perceberam. Eu acredito que essa foi a chave para que, hoje, as pessoas me digam aqui fora que a minha trajetória foi bonita, que eu consegui transformar a minha história no BBB e tive tempo para fazer isso, graças a Deus", comemora. 
Recordista da Xepa
A trajetória de Jessilane no programa não foi fácil. A professora ficou 12 semanas na Xepa, batendo o recorde de Babu Santana, do "BBB 20". Para Jessi, a dificuldade de estar na xepa não se resume apenas a comida. 
"Estar na Xepa não é só sobre comida. É principalmente o fato de não estar ganhando nenhuma prova, não ser escolhido por ninguém para ir para o Vip e todo o contexto que traz a sua alimentação regrada, querer fazer as coisas e não poder. Isso mexia muito com o meu psicológico. Com certeza me atrapalhou no jogo; fez eu me sentir fraca diante das coisas que aconteceram. Foi bem intenso também por ter sido um período tão longo na Xepa: foram sete semanas seguidas, eu já sem esperança achando que seria eliminada sem nunca ir ao Vip, porque eu fui ao paredão na sétima semana. Mas eu entendo que o jogo é para isso mesmo". 
Amizades para a vida
Jessi acredita que a amizade com Lina e Natália começou por acaso, já que elas eram as únicas mulheres no quarto Grunge. Mas, apesar das diferenças e de algumas brigas, elas se tornaram amigas de verdade.
"No início, (o motivo da união entre elas) foi o fato de termos ficado no quarto Grunge e sermos as únicas meninas de lá, junto com a Naiara Azevedo. Com isso, o Lollipop já tinha se fechado, eles eram muito unidos, e a gente meio que ficou 'largada'. Então, ou a gente se unia, se fortalecia e não soltava a mão, independentemente de qualquer coisa, ou a gente ia jogar cada uma por si sem ter construído nenhum vínculo afetivo. Isso fez com que a gente se unisse e, depois que de fato viramos amigas, isso acabou crescendo. Nossos sentimentos umas pelas outras eram independentes das discussões, das brigas. Era entre tapas e beijos, mas a gente se apoiava muito", garante.
"Sempre tentamos colocar uma a outra para cima, dizendo que iríamos conseguir. Fomos eliminadas praticamente juntas, uma seguida da outra, e chegamos quase à final do BBB. Fomos a final feminina!", comemora. 
Mas, além das comadres, outras pessoas também foram muito importantes para Jessi. Pedro Scooby e Douglas Silva são alguns amigos que ela pretende levar para a vida. "O Scooby, com certeza. Principalmente por tudo que aconteceu depois que as meninas foram embora. Ele ficou comigo. Quando eu estava lá fora, sem teto, por consequência do jogo da discórdia, ele avisava: 'Jessi, vou lá tomar banho e volto aqui para ficar com você'", relembra, aos risos.
"Hoje eu acho que, depois da Lina e da Nat, ele era uma das pessoas que mais torcia por mim na casa. Ele falava com o olhar que queria me ver bem, que queria me ver na final, que estava feliz com a minha trajetória. Acho que foi muito importante ter tido essa reviravolta na nossa relação. Fez com que eu me sentisse um pouco mais abraçada por todos porque, querendo ou não, no grupo dos meninos, o Scooby é muito importante. Saber que ele estava me defendendo, torcendo por mim, me deixava mais segura de alguma forma", completa.
"Eu e o DG nos estranhávamos muito nas brincadeiras, mas independentemente do que aconteceu ele sempre estava lá tentando me apoiar, me ajudando, falando que ia ficar tudo bem. Quando saí vi que ele ficou super emocionado, muito triste. É uma pessoa que gostaria de levar para a vida. O Gustavo eu amo! Por mais que ele tenha aquele jeito dele caçador de encrenca, é um coração mole, muito gente boa. Também o Vinicius, o Tiago Abravanel, a Naiara Azevedo... Tem muita gente, na verdade. Não vou falar que são todos, porque não são. Realmente tem umas pessoas que eu não vou fazer muita questão, mas outras eu quero com certeza levar para a vida, além das meninas", brinca.
Aprendizados
Quase todos os ex-participantes do "BBB" dizem que o programa é transformador. Jessi concorda e também acredita ter passado por uma transformação pessoal no reality show. "Lá dentro a gente desconstrói um monte de coisas e reaprende outras. Muitas coisas eu fui pensando de uma forma e mudou quando eu ouvi outras pessoas falarem, vi diferentes contextos. Isso me transformou muito. Não tem como entrar no BBB e sair sendo a mesma pessoa", afirma. 
"Falamos sobre o Scooby e ele, por exemplo, trouxe para mim uma nova visão sobre a vida, sobre ver as coisas de forma mais positiva. Ele sempre falava sobre a metade do copo, o meio cheio. E uma das coisas que eu vou trazer comigo é essa leveza, sempre acreditar que o melhor vai acontecer, que nada é o fim do mundo e, se não der para resolver algo, a gente faz outra coisa... É sobre ser paciente com as coisas que a vida traz, ter calma e tentar resolver da melhor forma possível. O BBB é incrível, a melhor experiência de todas", garante. 
E por falar em Scooby, é para o surfista que vai a torcida da professora. "Ontem eu falei uma coisa, mas hoje vou 'desfalar'. Falei sobre o Eli, mas agora entendendo todo o contexto, a minha torcida é pelo Scooby. Eu já tinha falado com ele em uma festa que se ele ganhasse o prêmio eu ficaria muito feliz. E se ele ganhar eu realmente vou ficar muito feliz porque ele é sensacional, uma pessoa incrível". 
Volta às salas de aula
Apesar de amar ser professora, Jessilane não pretende voltar a dar aulas no momento. "Eu não pretendo voltar para a sala de aula em um primeiro momento. Nesses primeiros meses, eu quero aproveitar outras experiências que o programa vai me trazer daqui para frente. Mas quero, sim, continuar na área da educação, falando das Libras. Quero também falar sobre outras questões de empoderamento, independentemente da área que for. Quero dar voz a outras coisas. Vou aproveitar esse momento para me descobrir em outros lugares que eu não conheço. Então, tudo que tiver de oportunidade para mim eu vou abraçar", explica.
"Mas, claro, eu amo dar aula! Foi isso que construiu a minha trajetória, o meu jeito de ser. Muitas vezes, eu falava para os meus alunos: 'eu estou dando aula para vocês não é por causa de dinheiro, não, é porque eu gosto mesmo' (risos). Porque, de fato, essa não é uma profissão muito bem paga, é por amor, mesmo. Não tem um sentimento que explique o que é ensinar, eu gosto muito! Vou viajar por tudo que eu puder fazer, mas sempre lembrando que eu sou professora, que gosto de dar aula, que quero ensinar, que eu quero estar na educação mesmo", finaliza.