“Foi o Carnaval de superação da Mocidade”, conta a diretora, enfatizando seu amor pela escola: “Eu não estou na Mocidade, eu sou Mocidade”. Questionada se algum dia tiver que sair da agremiação, ela reforça: “Não tem como eu arredar o pé daqui. Eu não me vejo sem essa escola. É paixão”, completa.
Desde quando começou a desfilar, há 38 anos, Graça se apaixonou cada vez mais pela escola de Padre Miguel. De todo o período em que ela ajuda na agremiação, 20 anos foram de trabalho voluntário. Apenas nos últimos oito anos ela começou a receber uma remuneração pelo cargo no barracão, na Cidade do Samba, Zona Portuária do Rio. Responsável pelas 14 alas da comunidade desde 2010, a profissional faz a inscrição dos novos integrantes e também tem a função de dispensar aqueles que não comparecem aos ensaios na quadra ou na rua.
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Além do desfile de 2014, Graça cita ainda o Carnaval de 1990, quando a Mocidade levou o enredo “Vira Virou” para o Sambódromo, e o de 1996, ano em que a escola foi campeã com “Criador e Criatura”, que teve como intérprete Wander Pires, que retorna à escola de Padre Miguel depois de oito anos. Já a expectativa para ganhar o título deste ano é alta. “A gente tem fé em Deus, está tudo organizado. A gente tem condições de chegar lá e levar o título. Estamos fazendo bons ensaios, as pessoas estão muito interligadas, com muita dedicação e carinho. Esperamos que 2017 seja um ano bem satisfatório”, reforça.
No dia grande dia na Sapucaí, ela supervisiona as alas, confere se está tudo certo com as fantasias e, só depois de organizar tudo, se posiciona no fim do desfile. “A cada ano é uma emoção diferente”, afirma.