Rio - O marcante carro "Santo e Orixá", com representação de Cristo-Oxalá, usado pela Mangueira na Avenida, ficou fora do Desfile das Campeãs, na madrugada deste domingo. O pedido partiu da Arquidiocese do Rio, mas negou que tenha havido pressão.
"Lamento profundamente que ainda haja muita "sombra" nas atitudes de quem fala sobre a "luz." O desfile da Mangueira, dentre outras coisas, levantou uma bandeira necessária de comunhão e de NÃO a intolerância tal qual prega o base solidificada de qualquer manifestação de fé verdadeira. Pergunto aqui: Onde vive a intolerância senão nas atitudes? Citando de forma oportuna as palavras do "homem" que hoje não desfilará, "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem", escreveu o carnavalesco da Verde e Rosa Leandro Vieira em uma rede social.
Em outra postagem, ele revelou a tristeza de chegar ao barracão e ver o tripé com a imagem sozinho, já que não seguiu para a Sapucaí para o desfile de mais tarde. "Aí você dá um pulinho no barracão pra resolver pequenos detalhes e dá de cara com ele sozinho num espaço vazio."
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Procurada, a Arquidiocese disse através de sua assessoria de imprensa que o pedido foi realizado e que "em comum acordo" com a Mangueira e a Liesa foi decidida pela não utilização do tripé. Uma representação jurídica também foi feita pela Arquidiocese do Rio no Ministério Público do Rio.
?Polêmica também na década de 80
Esta não é a primeira vez que a imagem do Cristo cria polêmica na Marquês de Sapucaí. Em 1989, a Igreja Católica proibiu o uso de um carro alegórico, do carnavelesco Joaozinho Trinta, então na Beija-Flor, que trazia Cristo.
O desfile de “Ratos e Urubus larguem minha fantasia” ocorreu com a alegoria coberta por um saco preto em protesto contra proibição. Um faixa gigantesta foi colocada sob o saco e dizia "Mesmo proibido olhai por nós".