Projeto social Por Telas entra na fase de finalização de documentários - Divulgação
Projeto social Por Telas entra na fase de finalização de documentáriosDivulgação
Por O Dia

Rio - Os 22 alunos do Por Telas, projeto audiovisual lançado em abril, na quadra da Portela, iniciaram o processo de filmagem, edição e montagem dos documentários que serão produzidos por eles. Após um processo de escolha entre 22 histórias, a turma e o corpo docente decidiram filmar três argumentos: "Pés e Pescoços Ocupados", de Ruan Lucena; "Um Craque Esquecido", de Ygor Lioli; e "Procuram-se Mulheres", de Rozzi Brasil.

Para colocar o projeto em prática, eles foram divididos em três grupos, onde cada aluno assume uma função diferente e alterna de equipe. Desta forma, o diretor de um curta pode ser roteirista em outra produção. A previsão de lançamento dos filmes é no mês de agosto, na quadra.

Um dos grandes destaques do "Por Telas", uma realização da produtora Canto de Sala, de Cecília Rabello, em parceria com a Portela e sob a coordenação do cineasta André da Costa Pinto, é o encontro e a troca entre alunos iniciantes no audiovisual e profissionais gabaritados do cenário nacional. “Visamos, além da qualidade técnica e artística das produções, o intercâmbio entre visões estreantes no audiovisual com mão-de-obra técnica e artística qualificada, para ajudar a contar essas histórias na telona", explica André.

Para o rapper Chico Tadeu, de 34 anos, aluno do Por Telas, a oportunidade de participar surgiu na hora certa. "Senti a necessidade de fazer cinema, pois quero criar uma conexão entre a música e o audiovisual para facilitar a comunicação", afirma o músico, morador de Madureira, que está na produção do documentário "Pés e Pescoços Ocupados" como diretor de arte.

"Este curso tem sido um divisor de águas na minha vida. Sempre tive vontade de fazer cinema e estou realizando um sonho. As aulas são muito produtivas, são muitos detalhes que aprendemos ali. Seremos profissionais completos", declara o aluno Gentil Campos, de 56 anos, morador de Guadalupe, que tem no currículo os cursos de cinegrafista, editor, fotografia e roteiro, e integra o grupo do filme “Um Craque Esquecido" como produtor.

A primeira oficina audiovisual da maior campeã do carnaval carioca é um projeto de inclusão que tem como premissa o cinema como transformador social. O objetivo principal é dar voz aos jovens e adultos de comunidades e resgatar a cidadania, contribuindo efetivamente na construção de cidadãos.

Duas vezes por semana, durante três horas, os alunos têm aulas de roteiro, direção, produção, fotografia, som, montagem, direção de arte e direitos autorais. "Somos pioneiros com este projeto. O cinema é uma excelente ferramenta de transformação, pois ele educa e conscientiza. Mais uma vez, a Portela me dá a oportunidade de construir uma linda história", afirma Cecília Rabello, responsável pela iniciativa.

Garra, determinação e ideias não faltam aos futuros profissionais. "Nem sempre fazer cinema é acessível, não tinha condições de pagar um curso como esse. Por Telas superou minhas expectativas, porque temos conteúdo de qualidade e profissionais capacitados. Se tem uma câmera na mão e ideia na cabeça, porque não tentar?", opina a produtora cultural Rozzi Brasil, autora e diretora de "Procuram-se Mulheres".

"Cinema é algo caro de produzir e consumir no Brasil. Cursar para muitas pessoas é inacessível devido aos valores. Então a perspectiva do Por Telas é democratizar o acesso ao fazer audiovisual, colocando nas mãos dos alunos todas as ferramentas necessárias para apontarem a câmera dando voz a sua comunidade e suas inquietações", analisa o cineasta André da Costa Pinto.

Ansioso para ver a finalização dos trabalhos, o presidente da Portela, Luis Carlos Magalhães, diz que o Por Telas representa um marco na história dos projetos sociais da escola. "É muito gratificante ver tudo isto acontecer em nossa quadra, no ano em que a Portela está completando 95 anos de fundação. É um marco em nossa história! A equipe toda está de parabéns! Alem disso, é uma iniciativa pioneira no universo das escolas de samba, o que nos enche ainda mais de orgulho."

 

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